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Estudo alerta para impacto das emissões de gases estufa na limpeza do lixo espacial

Emissões de gases estufa
Fonte da imagem: Tanaonte/ Adobe Stock

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulgou, em 10 de março, um estudo que alerta para os impactos das emissões de gases de efeito estufa na órbita terrestre baixa. A pesquisa, realizada em parceria com a Universidade de Birmingham, no Reino Unido, mostra que o aumento das emissões de gases de efeito estufa enfraquecerá a capacidade da atmosfera de limpar o lixo espacial, e, com o tempo, a capacidade de suporte de satélites e outras aeronaves na órbita terrestre baixa diminuirá.

Segundo os pesquisadores, a liberação de dióxido de carbono e outros gases na atmosfera intensifica a radiação infravermelha emitida para o espaço, resfriando e contraindo as camadas superiores da atmosfera. Esse fenômeno reduz a densidade atmosférica na órbita terrestre baixa, entre 200 e 1000 quilômetros de altitude, diminuindo a resistência que normalmente faria com que os detritos queimassem ao reentrar na atmosfera. Com menos atrito, o lixo espacial permanece por mais tempo em órbita, elevando o risco de colisões descontroladas.

Simulações realizadas no estudo indicam que, em um cenário de altas emissões, a capacidade da órbita terrestre baixa de suportar satélites pode cair entre 50% e 66% até o final do século. Os pesquisadores alertam que, se o número de satélites exceder a capacidade de suporte, há risco de colisões em cadeia, tornando inviável a operação segura de novos satélites na região.

O artigo completo foi publicado na revista Nature Sustainability. O principal autor do estudo, William Parker, do MIT, destacou a urgência da questão: “Dependemos da atmosfera para remover os detritos espaciais, e se ela está mudando, todo o ambiente orbital também será afetado”. O estudo reforça a necessidade de controlar as emissões de gases estufa para preservar a sustentabilidade das operações espaciais no futuro.

Fonte: news.cn