O ano de 2024 celebra 50 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e a China. Nesse meio século de relações bilaterais, a China continua sendo o maior destino de exportações e a principal fonte de importações para o Brasil. A intensificação dessa parceria pode ser evidenciada através do aumento dos investimentos feitos por empresas chinesas no Brasil.
A BYD, por exemplo, acaba de anunciar o aumento de seu investimento de R$3 bilhões para R$5,5 bilhões em sua fábrica para produção de veículos elétricos, em Camaçari, na Bahia. Além disso, a empresa já havia anunciado, em janeiro deste ano, que iria dobrar a quantidade de empregos inicialmente prevista para a primeira fase da fábrica na Bahia, passando de 5 mil para 10 mil vagas.
Também no segmento automotivo, a Great Wall Motors (GWM) anunciou um investimento de R$10 bilhões em 10 anos, incluindo a compra da fábrica de Iracemápolis (SP) e o desenvolvimento de veículos para o mercado local. A fabricante de automóveis anunciou a produção do Haval H6, um SUV híbrido e o segundo modelo elétrico mais comercializado em 2023, na fábrica anteriormente operada pela Mercedes-Benz, localizada em Iracemápolis (SP), com início previsto para este ano.
Parceria comercial
Um estudo realizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China, em colaboração com o Ipea e a Cepal, divulgado em fevereiro de 2023, revela um crescimento significativo nas exportações dos estados brasileiros para a China, com uma projeção otimista até 2030. Entre 2012 e 2021, houve um aumento na participação da China como principal destino das exportações de 22 unidades federativas do Brasil, consolidando-se como o mercado mais importante para 19 delas.
A análise também destaca uma alta concentração nas vendas de um grupo restrito de produtos, que correspondeu a mais de 90% do total exportado para o país asiático. Olhando para o futuro, o estudo prevê um aumento de 76,2% nas exportações para a China até 2030, focando em produtos com maior potencial de mercado, o que representaria um acréscimo de US$44,5 bilhões em relação à média de 2017 a 2020.
Em 2023, as exportações do Brasil para a China aumentaram 16,6%, atingindo US$104,31 bilhões. Esse crescimento superou significativamente o aumento de 1,7% nas exportações totais do Brasil. Como resultado, a participação da China nas exportações brasileiras subiu de 26,8% em 2022 para 30,7% no ano passado, conforme informado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic).
A conquista do recorde de exportações no último ano, reflete a sólida e diversificada parceria comercial entre Brasil e China, que se fortaleceu com o passar desses 50 anos. Mas essa relação histórica teve início no século XIX, mais precisamente em 1881, quando foi estabelecida a primeira missão diplomática Brasil-China. Essa missão culminou na assinatura de um tratado que resultou na criação de um consulado-geral brasileiro em Xangai, dois anos depois.
Nesse mesmo período, as trocas comerciais entre os dois países começaram com a chegada de mercadorias das colônias portuguesas de Macau, na China, e de Goa, na Índia, aos portos brasileiros. Contudo, foi em 15 de agosto de 1974 que as relações diplomáticas entre Brasil e China foram formalmente estabelecidas, marcando o início de uma nova era de colaboração e entendimento mútuo.
Ao longo dos anos, Brasil e China têm enfrentado desafios semelhantes, como a luta contra a desigualdade social e a busca pela soberania alimentar. A parceria estratégica entre os dois países tem sido fortalecida ao longo dos anos, com ênfase em áreas como desenvolvimento social, inovação científica e tecnológica, e mais recentemente, proteção ambiental e economia digital. A declaração conjunta sobre o aprofundamento da Parceria Estratégica Global, emitida em Pequim em abril de 2023, reforça o compromisso de continuar estimulando o intercâmbio de visitas oficiais e o diálogo entre as autoridades, consolidando a base política das relações e expandindo a cooperação em novas áreas.
Créditos: China2Brazil
Imagem principal: Logo Embaixada da China – Itamaraty/ Divulgação