Amostras de sedimentos submarinos coletadas no Oceano Antártico por pesquisadores chineses estão ajudando a desvendar os segredos geológicos e oceanográficos da região. O depósito no Primeiro Instituto de Oceanografia, sob o Ministério de Recursos Naturais, na província de Shandong, leste da China, abriga uma impressionante coleção de núcleos de sedimentos reunidos da Antártida e de outras regiões marinhas.
Os pesquisadores chamam esses cilindros de “rolos secretos sem textos visíveis”, aguardando ansiosamente interpretação e decodificação. “Por que é chamado de ‘rolo secreto sem textos visíveis’? Porque contém muitas informações que abrangem restos de organismos, vestígios de vida, composição química e propriedades físicas de algumas substâncias. As informações provavelmente registram a evolução da vida e mudanças ambientais na Antártida em um momento específico”, disse Xiong Zhifang, pesquisador do instituto.
Esses núcleos de sedimentos, variando em comprimento e espessura, foram reunidos do leito marinho no Oceano Antártico em profundidades de até 4.000 metros. Os pesquisadores podem identificar quando e como os sedimentos foram formados com base em sua cor e estrutura e por meio de uma variedade de análises e testes.
Para avançar em sua pesquisa, os cientistas precisam realizar uma série de procedimentos nos núcleos de sedimentos, incluindo lavagem, secagem e outros passos necessários. O último passo é o exame microscópico de cada componente individual. “Nós o chamamos de detritos transportados pelo gelo. Podemos medir seu conteúdo e formas. Essas características podem refletir se a calota de gelo estava se expandindo ou se contraindo”, disse Xiong.
O trabalho desses pesquisadores está lançando luz sobre a história geológica e as mudanças climáticas na região da Antártida, contribuindo para um melhor entendimento dos processos que moldam nosso planeta.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Hqtime
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