A agricultura chinesa é um exemplo de como um país consegue alimentar uma população de mais de 1,412 bilhão de pessoas, com recursos naturais escassos e desafios ambientais. A China vem investindo em ciência, tecnologia e inovação para aumentar a produtividade e a eficiência do setor agrícola, diversificar a produção e o comércio, além de integrar o desenvolvimento rural com o desenvolvimento urbano.
Com uma tradição agrícola milenar, a China sempre valorizou a agricultura como uma atividade fundamental para a sua economia, a sua sociedade e a sua cultura. O país foi um dos primeiros lugares do mundo a cultivar plantas e animais e a desenvolver sistemas de irrigação, cultivo e colheita. Da mesma forma que também foi um dos primeiros lugares do mundo a experimentar e difundir novas variedades de culturas, como o arroz, o trigo e o milho.
No entanto, a agricultura chinesa também enfrentou muitos obstáculos ao longo da sua história. Com uma área cultivável limitada, que representa apenas 7% da área total do país e sua distribuição desigual dos recursos hídricos, regiões áridas e semiáridas no norte e no oeste, e regiões úmidas e inundáveis no sul e no leste, o país asiático enfrenta problemas ambientais sérios, como a poluição do solo, da água e do ar, a erosão da biodiversidade, as mudanças climáticas e os desastres naturais.
Diante desses desafios, a China tem buscado soluções inovadoras e sustentáveis para o seu setor agrícola, implementando políticas públicas que incentivam a pesquisa, o desenvolvimento e a difusão de novas técnicas e variedades de culturas, que aumentam o rendimento e a resistência das plantas a pragas, doenças e condições climáticas adversas.
A China também tem melhorado a infraestrutura rural e a gestão dos recursos hídricos, que facilitam o transporte, o armazenamento e a irrigação dos produtos agrícolas. Além disso, também tem instalado tecnologia 4G na zona rural, que permite aos produtores rurais acessar informações, serviços e mercados online, além de receber treinamento em tecnologias da informação. Inclusive utilizando recursos como sensores, sistemas de integração de maquinários, GPS, drones e softwares para gestão agrícola, que contribuem para o monitoramento, o controle e a otimização da produção da lavoura.
Outra estratégia do país, é a diversificação da sua produção e o seu comércio agrícola, buscando atender às demandas internas e externas. Por se tratar de um dos maiores produtores e consumidores de alimentos do mundo, mas também um dos grandes importadores de alguns produtos, como soja, carne e lácteos, o país tem buscado ampliar suas fontes de fornecimento, assim como suas parcerias comerciais, especialmente com países em desenvolvimento, como o Brasil.
China incentiva cooperativas e cadeias produtivas
Além de apoiar os pequenos produtores rurais, que representam mais de 90% dos produtores agrícolas do país, oferecendo crédito, subsídios, seguros e assistência técnica, a China também vem incentivando os agricultores a participar de cooperativas e associações, que facilitam o acesso a recursos, serviços e mercados.
Segundo a FAO ( Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), existem mais de um milhão de cooperativas agrícolas na China, que envolvem cerca de 40% dos agricultores familiares. Essas cooperativas fornecem aos seus membros benefícios como economias de escala, redução de custos, aumento da renda, melhoria da qualidade dos produtos e fortalecimento da capacidade de negociação.
Além disso, a China também vem promovendo a integração vertical da cadeia produtiva agrícola, estimulando os agricultores a se envolverem em atividades de processamento, armazenamento, transporte e comercialização dos seus produtos. Essa estratégia visa aumentar o valor agregado da produção agrícola, reduzir as perdas pós-colheita e melhorar a competitividade dos agricultores no mercado interno e externo.
Créditos: China2Brazil