Os astronautas chineses em órbita da tripulação de Shenzhou-15 obtiveram com sucesso as imagens estruturais tridimensionais de suas células de pele com o microscópio de dois fótons autodesenvolvido pela China, informou o desenvolvedor na segunda-feira (27).
O evento, o primeiro de seu tipo no mundo, marcou o sucesso das experiências de verificação em órbita do microscópio de dois fótons, fornecendo uma ferramenta promissora para o futuro monitoramento da saúde dos astronautas em órbita, de acordo com o desenvolvedor.
Projetado para os astronautas na estação espacial chinesa, o microscópio portátil de duas fotões foi desenvolvido por uma equipe de pesquisa conjunta de cientistas de universidades, instituições e empresas chinesas, incluindo a Universidade de Pequim, o Centro de Astronautas da China e a Universidade de Beihang, com base no apoio da China Manned Space Agency.
Uma tecnologia de imagem óptica não linear baseada na absorção de dois fótons e excitação por fluorescência, a microscopia de dois fótons pode penetrar profundamente nos tecidos vivos, apresentando alta resolução, grande profundidade de imagem e capacidade tomográfica tridimensional, entre outras.
Os microscópios anteriores de dois fótons em todo o mundo não haviam realizado a operação e aplicação em órbita devido ao seu grande tamanho, que não cumpriram os requisitos para equipamentos de experimentos em órbita, tais como volume, peso e resistência ao impacto.
Um microscópio miniatura de dois fótons com uma sonda pesando apenas 2,2 gramas foi desenvolvido em 2017 por Cheng Heping, diretor do Centro Nacional de Imagens Biomédicas da Universidade de Pequim e chefe da equipe conjunta de pesquisa, depois que sua equipe fez avanços nas principais tecnologias de núcleo de miniaturização microscópica de dois fótons. O microscópio estabeleceu a base técnica para a atual em órbita.
Em novembro passado, o microscópio de dois fotões usado pelos astronautas de Shenzhou-15 foi enviado para a Estação Espacial da China a bordo da embarcação de carga Tianzhou-5.
Ele foi instalado pela tripulação recentemente antes de capturar imagens estruturais tridimensionais da epiderme da pele e da derme superficial em seus rostos e antebraços, disse Wang Junjie, um membro da equipe da Faculdade de Tecnologia do Futuro sob a Universidade de Pequim.
As imagens mostraram claras estruturas tridimensionais das camadas da pele, incluindo o estrato córneo, estrato granuloso, estrato espinhoso, estrato basal e derme superficial, indicando o sucesso das experiências de verificação em órbita do microscópio de dois fótons, acrescentou Wang.
Com uma resolução que atinge o nível submícron, o microscópio também apresenta imagens microscópicas não invasivas ao mostrar claramente a distribuição tridimensional da estrutura da pele dos astronautas e suas células.
Na imagem microscópica de dois fótons, os sinais podem ser observados através de substâncias espontaneamente fluorescentes nas células e na matriz extracelular, e desempenham um papel importante no exame da resposta de estresse metabólico das mitocôndrias dentro das células dos astronautas, monitorando assim suas condições de saúde em órbita.
O primeiro sucesso da operação em órbita do microscópio de dois fótons reflete o alto nível de fabricação de instrumentos ópticos de precisão de alta precisão da China, disse Cheng.
Cheng acrescentou que o sucesso oferece novos métodos para o monitoramento da saúde em órbita dos astronautas nos níveis celular e molecular e fornece meios técnicos vitais para que o país realize pesquisas científicas em órbita do cérebro no futuro.
Fonte: NCSTI
