Economia

Oito das dez megacidades chinesas tiveram PIB acima de 1 trilhão de yuans em 2020

Segundo o relatório publicado recentemente pelo Ministério de Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural da China (MOHURD, sigla em inglês), a China já possui dez megacidades. Comparando com o ano anterior, mais uma cidade se enquadra na definição de megacidade: Jinan. Oito dessas 10 megacidades chinesas tiveram mais de um trilhão de yuans (equivalente a US$ 152,21 bilhões) de PIB em 2020.

Em comparação com o ano de 2019, duas cidades a mais conseguiram obter o PIB superior a um trilhão de yuans. As três cidades com maior PIB, Chengdu, Hangzhou e Wuhan, ultrapassaram de 1,5 trilhão de yuans (US$ 228,32 bilhões). Chengdu, que está em primeiro lugar, possui PIB 2,7 vezes maior do que Shenyang, a megacidade com menor PIB.

As megacidades são uma parte importante do sistema urbano da China. Com o aumento da população nos centros urbanos, as megacidades estão se desenvolvendo rapidamente. As megacidades aqui mencionadas referem-se a cidades com população acima de 5 milhões e abaixo de 10 milhões. Dez cidades chinesas podem ser classificadas como megacidade: Dongguan, Wuhan, Chengdu, Hangzhou, Nanjing, Zhengzhou, Xi’an, Jinan, Shenyang e Qingdao.

(Lista com o PIB e a taxa de crescimento das 10 megacidades da China)

Primeiro colocado, Chengdu

 

Segundo os dados do Escritório de Estatísticas de Chengdu, ela é uma das “melhores cidades para desenvolvimento e modernização econômica”. Com as inovações em expansão, a cidade já possui mais de 6.000 empresas de alta tecnologia.

A indústria da tecnologia da informação é o setor econômico principal de Chengdu. A Subsecretaria de Economia e Tecnologia da Informação de Chengdu informou que, em 2020, a receita desse setor ultrapassou um trilhão de yuans (US$ 152,21 bilhões), tendo um crescimento anual de 19,8%.

Ao mesmo tempo, o comércio exterior de Chengdu também é relevante para a sua economia. As estatísticas mostram que, em 2020, o volume total de importações e exportações foi de 715,42 bilhões de yuans (US$108,9 bilhões), houve um aumento anual de 23,7%. O setor de indústria de processamento cresceu constantemente. Das importações e exportações, 503,16 bilhões de yuans foram produzidos por esse setor, aumentou 25,8% comparando com ano anterior.

He Kaifeng, vice-diretor do Escritório de Operação Econômica da Zona de Desenvolvimento de Indústria de Alta Tecnologia de Chengdu, relatou que grande volume de importações e exportações é devido à presença de várias empresas líderes na cidade, como Intel, Foxconn e Dell, que criaram uma cadeia industrial de importação de materiais e exportação de produtos embalados em Chengdu. Além disso, o home office também impulsionou a venda de produtos relacionados, como notebook e tablet, que cresceram 29% e 49% nas exportações, respectivamente.

A localização de Chengdu é outro fator que estimulou a economia da cidade. Ela situa-se no centro da China, possui grande vantagem geográfica para realizar comércios tanto para região sul quanto para oeste do país. Em termos de comércio exterior, é a quarta maior cidade chinesa em relação à quantidade de rotas internacionais, e é a primeira da região centro-oeste.

 

Segundo colocado, Hangzhou

 

Depois de Chengdu, Hangzhou ocupa o segundo lugar no ranking de PIB das megacidades. Hangzhou possui certa deficiência em termos de infraestrutura urbana básica e de recursos, além disso, também tinha uma população menor no início da abertura econômica da China. No entanto, atualmente, Hangzhou é a cidade chinesa líder na área de comércio eletrônico.

Os dados do Escritório de Estatísticas de Hangzhou revelam que, em 2020, a economia digital da cidade teve um valor agregado de 429 bilhões de yuans (US$65,3 bilhões), com aumento anual de 13,3% e representa 26,6% do total de PIB local. O Relatório de Trabalho do Governo Municipal de Hangzhou mostra que a cidade sempre se esforçou para atrair mão de obra qualificada. Em 2020, Hangzhou recebeu 436 mil estudantes universitários com menos de 35 anos, é a cidade que mais entra os talentos.

 

Terceiro colocado, Wuhan

A terceira cidade, Wuhan, foi a mais afetada pela pandemia. No primeiro trimestre do ano passado, o PIB local caiu drasticamente. No entanto, mesmo com decréscimo de 4,7% no PIB, considera-se que a cidade recuperou-se rapidamente e obteve um resultado melhor do que o esperado. Além disso, ainda está entre as dez cidades chinesas com melhor economia, tendo um PIB de 1,56 trilhão de yuans (US$ 237 bilhões).

 

Outras Megacidades

 

Nanjing se manteve no seu quarto lugar, mas também houve avanços: pela primeira vez, está entre as dez cidades com melhor economia. As cidades Qingdao, Zhengzhou, Jinan e Xi’an também tiveram PIB acima de um trilhão de yuans (US$ 152,21 bilhões). Em comparação com 2019, duas novas cidades alcançaram essa meta: Jinan e Xi’an. Vale ressaltar que, Xi’an foi a cidade com maior taxa de crescimento (5,2%) em 2020.

Entre as 10 cidades, Dongguan e Shenyang são as únicas duas que não atingiram o PIB de um trilhão de yuans (US$ 152,21 bilhões) ainda. No ano passado, Dongguan cresceu somente 1,1%, pois é a cidade com maior grau de dependência em relação ao comércio exterior. Assim, a economia de Dongguan foi afetada fortemente pela pandemia. Mas em termos de investimento em ativos fixos, a cidade teve um aumento anual de 13%. É muito provável que Dongguan atinja o PIB de um trilhão de yuans (US$ 152,21 bilhões) em 2021.

A taxa de crescimento de PIB da cidade Shenyang foi 0,8%. Segundo Niu Fengrui, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Urbano e Pesquisa Ambiental da Academia Chinesa de Ciências Sociais (ACCS), Shangyang ainda está sofrendo os efeitos da transformação econômica. Anteriormente, a economia de Shengyang e outras cidades da região Nordeste da China estava baseada nas indústrias pesadas. Com a política de transformação econômica do governo chinês, a cidade enfrentou, e ainda enfrenta, vários problemas e dificuldades.

 

 

Fonte: Zaker