Há 47 anos, a tradição do Dia Internacional dos Museus (International Museum Day – IMD, na sigla em inglês) foi estabelecida, engajando museus ao redor do mundo para discutir temas culturais e sociais. Em 2024, o tema é “Museus para Educação e Pesquisa”.
A China, com 6.833 museus oficialmente reconhecidos, participa ativamente dessa discussão global. Desde 18 de maio de 2009, um museu chinês é designado como o principal local de eventos para celebrar o IMD. Este ano, o Museu Qin Han do Museu de História de Shaanxi em Xi’an foi o anfitrião.
China Promove Educação e Pesquisa por Meio de Museus
Para explorar como a China cumpre a promessa do IMD de oferecer conhecimento cultural ao público, o jornal chinês Global Times analisou os diversos eventos realizados em museus pelo país, destacando as combinações estratégicas de “educação + cultura vermelha” e “tecnologia + experiência em museus”.
No sábado, coincidindo com o IMD, o Museu Qin Han abriu suas portas pela primeira vez. A exposição inaugural do museu foi o grande destaque, com 90% de suas relíquias, incluindo uma estátua de besta de ouro do Período dos Estados Combatentes (475 a.C.-221 a.C.), reveladas ao público pela primeira vez.
Lideradas pela Administração Nacional do Patrimônio Cultural da China (NCHA, na sigla em inglês), as celebrações do IMD 2024 incluíram um fórum internacional sobre a história de Qin-Han, a revelação de Pequim como o próximo local principal dos eventos do IMD 2025 e a divulgação de uma nova lista de museus nacionais de primeira classe.
Crescimento e Diversificação dos Museus Chineses
A nova lista de museus de primeira classe destaca instituições temáticas como o Salão de Exposições de Provas de Crimes Cometidos pela Unidade 731 do Exército Imperial Japonês na Província de Heilongjiang. Segundo especialistas, essa seleção reflete a abundância de recursos museológicos da China e a estratégia de desenvolver instituições de exposição de nicho em todo o país.
Em 2023, os museus chineses receberam mais de 1,29 bilhão de visitantes. Um total de 268 novos museus foram registrados no último ano, com mais de 40.000 exposições e 380.000 atividades educacionais realizadas em todo o país.
Li Qun, chefe da NCHA e vice-ministro da Cultura e Turismo, afirmou que a futura construção de museus na China se concentrará em “variedade rica”, “exposições diversificadas” e na oferta de “recursos culturais inclusivos” ao público.
Eventos Inspirados na Educação e Pesquisa
Seguindo o tema do IMD 2024, eventos estão sendo realizados em diversas cidades e províncias. No Museu de Luoyang, na Província de Henan, uma exposição com mais de 100 artefatos ilustra o papel das artes chinesas nas trocas culturais durante a Dinastia Qing. A exposição é fruto da colaboração entre o Museu de Luoyang e o Museu de Dongguan.
Em Nanjing, na Província de Jiangsu, o Instituto de Pesquisa do Brocado Yunjin de Nanjing lançou uma exposição comemorativa do 15º aniversário do brocado Yunjin como patrimônio cultural intangível da UNESCO.
A “Cultura Vermelha” como ferramenta educativa
Os “museus vermelhos” são um setor bem desenvolvido na China, cumprindo a missão de educação patriótica pública. Locais revolucionários e memoriais sobre figuras e eventos históricos estão se tornando populares no turismo cultural, especialmente em províncias como Jiangxi, Sichuan e Shaanxi.
No sábado, museus em Sichuan e Chongqing realizaram mais de 300 atividades, destacando a Aliança de Proteção e Herança de Recursos Vermelhos de Sichuan-Chongqing, focada no legado do “Movimento de Trabalho-Estudo na França”.
Tecnologia transforma experiência em museus
Museus em todo o país estão utilizando tecnologia inovadora para melhorar suas exposições e pesquisa. Tecnologias de VR e AR criam exposições imersivas, permitindo aos visitantes se engajar profundamente com o conteúdo histórico e cultural.
O Memorial do Primeiro Congresso Nacional do Partido Comunista da China em Xangai utilizou tecnologia digital para criar histórias interativas sobre a fundação do Partido. Exposições digitais como “O Evento Importante de Pioneirismo em uma Nova Era” e “Cidade da Glória” proporcionam experiências imersivas e educativas.
Acesso digital e inovação
Plataformas digitais estão apoiando exposições online, quebrando barreiras geográficas e fornecendo acesso global ao conteúdo dos museus. O Museu dos Dinossauros de Heyuan, na província de Guangdong, desenvolveu um sistema de tour virtual online, enquanto o Museu de Arte Digital da Baía de Suzhou integra exibições de ponta e algoritmos de IA com arte cultural.
No Museu de Sanxingdui, na província de Sichuan, tecnologias como escaneamento de alta resolução e modelagem 3D são amplamente usadas em exposições, conservação e visitas guiadas. Desde 2016, o museu implementou um projeto de preservação digital, completando a digitalização de alta precisão da maioria de seus artefatos.
“Grande parte dessas exibições de ponta nos museus chineses é fortemente apoiada pela inovação independente do país”, afirmou Li ao Global Times.
A contínua evolução dos museus chineses, combinando educação, cultura e tecnologia, não apenas atrai um grande número de visitantes, mas também cumpre a missão do IMD de promover a pesquisa e a educação cultural, solidificando a posição da China no cenário global de preservação e disseminação do patrimônio cultural.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Global Times
Imagem principal: Li Xin/ Xinhua