O LMArena, ranking internacional de competições de grandes modelos de IA, divulgou sua atualização mais recente e colocou diferentes modelos chineses entre as primeiras posições. O Wenxin (Ernie), da Baidu, alcançou o segundo lugar global e o primeiro na China em capacidade textual, com vantagem em escrita, compreensão de questões longas e execução de instruções. Em tarefas visuais, o modelo também lidera nacionalmente. Além disso, o GLM-4.6, da Zhipu AI, registrou desempenho de ponta em programação, comparável a modelos estrangeiros de alto nível.
A visibilidade do DeepSeek no início do ano ampliou a atenção internacional sobre a China e reforçou a disputa global entre grandes modelos. Com avanços em inovação, aplicações e construção de ecossistemas, os modelos chineses passaram ao primeiro grupo mundial e se tornaram base para ganhos de produtividade.
Robin Li, fundador da Baidu, afirmou na Baidu World 2025 que “a inteligência é a maior aplicação, e a velocidade de interação tecnológica é o único modo competitivo”. Segundo ele, os modelos deixaram de atuar apenas como chatbots e passaram a integrar agentes de programação, humanos digitais e sistemas capazes de evoluir de forma autônoma.
Até julho, o país registrou 1.509 grandes modelos, o equivalente a 40% da produção global. O AI Index Report 2025, ligado a instituições da Universidade Stanford, apontou que o número e a qualidade dos modelos chineses continuam em alta. Até o fim de 2024, os principais modelos chineses já operam no mesmo nível dos líderes internacionais.
O Wenxin 5.0, modelo totalmente multimodal, reúne 2,4 trilhões de parâmetros e usa arquitetura unificada para compreender e gerar texto, imagens, áudio e vídeo. Segundo a Baidu, a equipe abandonou a lógica de módulos separados e desenvolveu a arquitetura de forma integrada, o que permite ao modelo processar diferentes tipos de informação em um mesmo fluxo.
Os avanços também se refletem no código aberto. Um relatório do MIT e da comunidade Hugging Face mostrou que modelos chineses responderam por 17,1% dos downloads globais no último ano, superando os Estados Unidos, com 15,8%. Em ranking recente da própria Hugging Face, o modelo multimodal de raciocínio da Baidu liderou as listas geral e multimodal. De acordo com Chen Shangyi, presidente do Comitê Técnico da Baidu, a empresa coordena mais de 1.000 projetos open source, com mais de 21 mil contribuidores.
A competição entre grandes modelos abrange toda a cadeia, do hardware ao ecossistema. No campo computacional, chips chineses como Kunlun, Ascend e Cambricon avançam rapidamente. A nova geração do Kunlun, da Baidu, elevou o desempenho e reduziu custos, oferecendo alternativas mais acessíveis de computação. Além disso, frameworks como PaddlePaddle, Ascend MindSpore e MegEngine ampliam o suporte a aplicações reais.
A China, com população ampla e setores industriais diversos, se tornou um ambiente de testes para aplicações de IA. No setor elétrico, o Wenxin apoia a State Grid no desenvolvimento do modelo Bright Power, que integra inovação em IA e inspeções por drones. O sistema já inspeciona 5 milhões de torres por ano e reduz a necessidade de trabalho manual em 40%.
Com cadeia que abrange chips, frameworks, modelos e aplicações, a Baidu atua com empresas de educação, saúde, finanças e manufatura inteligente. O ecossistema PaddlePaddle + Wenxin reúne 23,33 milhões de desenvolvedores e atende 760 mil empresas. Robin Li afirmou que, quando a IA é incorporada às operações, “a inteligência deixa de ser custo e passa a ser produtividade”.
Fonte: gmw.cn


Adicionar Comentário