A China incluiu, pela primeira vez, gases de efeito estufa que não são dióxido de carbono, como metano, óxido nitroso e gases fluorados, em suas metas nacionais de redução de emissões até 2035. O anúncio foi feito por Xia Yingxian, diretor do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério da Ecologia e do Meio Ambiente, na quarta-feira (30).
As novas metas integram as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) atualizadas da China, apresentadas em setembro. Segundo Xia, a ampliação do escopo reflete o compromisso do país em reduzir todas as formas de poluição climática, alinhando-se aos esforços globais de mitigação.
Desde 2023, o governo vem aplicando políticas específicas para controlar o metano. Entre elas, o Plano de Ação para o Controle das Emissões de Metano, elaborado em conjunto com outros órgãos governamentais. As ações se concentram nos setores de energia, agricultura e tratamento de resíduos, com avanços na recuperação do gás de minas de carvão, na reciclagem de esterco animal e no controle das emissões de arrozais.
A China também participa de discussões internacionais sobre o tema, como a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Baku (Azerbaijão), e o Fórum Global do Metano 2024, onde compartilhou resultados e práticas adotadas.
Em agosto, o ministério lançou o Plano de Ação para o Controle das Emissões de Óxido Nitroso no Setor Industrial, em parceria com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação. O objetivo é orientar o controle de emissões e acelerar a transição para indústrias de baixo carbono.
O país também vem fortalecendo o mercado voluntário de crédito de carbono, que incentiva empresas a reduzir gases que não sejam CO₂. Duas metodologias já foram publicadas, voltadas ao aproveitamento do metano de minas de carvão e do ar de ventilação, e outras seis, relacionadas a emissões não-CO2, como o reaproveitamento de gás associado em plataformas offshore, devem ser lançadas até o fim do ano.
Na terça-feira (29), o mercado nacional voluntário de carbono movimentou 3,25 milhões de toneladas métricas, com faturamento de 270 milhões de yuans (US$ 38 milhões). De acordo com o ministério, a negociação oferece apoio financeiro a projetos com bom desempenho ambiental, mas com custos de mitigação mais elevados.
Xia afirmou que a China continuará ampliando a execução dos planos de controle e a cooperação entre setores. “Vamos aproveitar o mercado para estimular a participação social na redução de emissões e transformar o valor ecológico em benefícios econômicos”, disse.
Fonte: China Daily


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