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Meta fecha uma das maiores aquisições de sua história ao comprar startup chinesa de IA

Meta startup chinesa
Imagem: Divulgação

Em 30 de dezembro de 2025, a Meta anunciou a aquisição da startup de inteligência artificial Butterfly Effect por bilhões de dólares. Fundada na China, a empresa desenvolveu o Manus, um agente de IA de propósito geral, lançado em março de 2025. O acordo se tornou uma das maiores aquisições da história da Meta, atrás apenas das compras do WhatsApp e da Scale AI, segundo a ZhenFund, investidora da startup.

Com a transação, o fundador da Butterfly Effect, Xiao Hong, conhecido como Red, assumirá o cargo de vice-presidente da Meta. A equipe seguirá operando de forma independente, mas integrada ao ecossistema de produtos da companhia. A aquisição ocorre apenas nove meses após o lançamento do Manus, período marcado por crescimento acelerado e rápida adoção global.

Lançamento e rápida adoção do Manus

O Manus foi lançado oficialmente em 6 de março de 2025, apresentado como um agente de IA capaz de executar tarefas complexas de forma autônoma. Diferentemente dos chatbots tradicionais, o sistema interpreta instruções, divide tarefas, utiliza múltiplas ferramentas e entrega resultados completos, como relatórios, análises de dados, roteiros de viagem ou triagens de currículos.

O nome Manus deriva da expressão latina Mens et Manus, que remete à integração entre raciocínio e execução. O lançamento gerou forte repercussão no mercado. Em 48 horas, códigos de acesso — restritos a convites — passaram a ser vendidos por milhares de dólares em plataformas de revenda. O volume de acessos sobrecarregou os servidores da versão de demonstração, o que levou a equipe a ampliar a infraestrutura em caráter emergencial.

Na época, o sócio Zhang Tao afirmou que o produto ainda estava em estágio inicial e apresentava limitações, como erros do modelo e baixa velocidade de execução.

Expansão internacional e rodadas de investimento

Após o lançamento, a Butterfly Effect acelerou sua expansão. Em abril de 2025, a Benchmark Capital liderou uma rodada Série B de US$75 milhões, elevando a avaliação da empresa para cerca de US$500 milhões. O valor representou um aumento de cinco vezes em poucos meses.

Em maio, o Manus foi aberto ao público geral e registrou mais de um milhão de cadastros no primeiro dia. No mesmo período, a empresa concluiu um aumento de capital e formalizou Xiao Hong como representante legal. Em junho, a companhia transferiu sua sede da China para Singapura.

Nos meses seguintes, a empresa manteve um ritmo intenso de ajustes no produto. Em dezembro, anunciou que sua receita recorrente anualizada (ARR) superou US$100 milhões, atingindo o patamar em apenas nove meses. Até então, o sistema havia processado mais de 147 trilhões de tokens e criado mais de 80 milhões de computadores virtuais.

Negociação rápida com a Meta

O crescimento acelerado chamou a atenção da Meta, que ampliou investimentos em inteligência artificial ao longo de 2025. Segundo Liu Yuan, sócio da ZhenFund e investidor-anjo da Manus, as negociações duraram cerca de dez dias. A rapidez chegou a gerar desconfiança interna sobre a veracidade da proposta.

De acordo com o investidor, Mark Zuckerberg e outros executivos da Meta já utilizavam o Manus. A aquisição refletiu tanto uma decisão estratégica quanto afinidade com o produto.

Ao longo do desenvolvimento, a Butterfly Effect atraiu investidores como Sequoia China, Tencent e Wang Huiwen, ex-cofundador da Meituan.

Estratégia de produto e posicionamento global

Parte do sucesso do Manus está ligada ao seu posicionamento. A empresa adotou uma estratégia baseada em uma plataforma de uso geral, em vez de focar inicialmente em aplicações verticais. A equipe buscou construir uma base ampla e, a partir do comportamento dos usuários, otimizar funções específicas.

Segundo a empresa, os usuários não pagam apenas pelas capacidades técnicas da IA, mas pela confiabilidade e pela capacidade de entregar resultados consistentes.

Desde o lançamento, o produto priorizou o mercado internacional. O site e os materiais promocionais foram apresentados em inglês. Dados da aiwatch.ai indicam que, em julho de 2025, as principais fontes de tráfego vieram do Brasil (12,52%), Estados Unidos (10,81%), China (9,56%), Índia (7,29%) e Egito (4,55%).

A equipe realizou viagens a países como Estados Unidos, França, Japão, Coreia do Sul e Singapura, além de investir em publicidade offline. Em meados de 2025, Xiao Hong publicou uma foto ao lado de Zhang Tao e do CEO da Microsoft, Satya Nadella. Pouco depois, a Manus anunciou parceria com o Microsoft Azure AI Foundry.

Fonte: 36kr