O mercado automotivo brasileiro vendeu 182.044 veículos novos em novembro, queda de 5,5% em relação a outubro. Nesse total, consumidores compraram 26.115 veículos elétricos, redução de 5,9% e interrupção de cinco meses consecutivos de expansão. Apesar da oscilação mensal, o segmento manteve avanço na comparação anual: as vendas de elétricos cresceram 52,3% e representaram 14,3% do mercado no mês. A desaceleração geral não afetou o ritmo das montadoras chinesas. As empresas ampliaram operações e reforçaram investimentos no país, indicando maior comprometimento com produção local.
BYD mantém liderança e fortalece produção local
A BYD liderou as vendas de elétricos e consolidou a produção no Brasil. Seu complexo industrial na Bahia concentra cerca de R$3 bilhões em investimentos e reúne linhas de fabricação de veículos elétricos, baterias de fosfato de ferro-lítio e chassis para ônibus e caminhões. A estrutura reduz a dependência de importações e aumenta a competitividade frente a tarifas de 35% sobre carros elétricos e impostos ainda maiores para modelos a combustão.
Além da BYD, Geely, Great Wall, Chery e JAC expandem operações, priorizando produção local e integração da cadeia industrial para superar custos e barreiras comerciais.
Geely cresce nas vendas e investe na produção nacional
A Geely destacou-se em novembro com o EX2, modelo elétrico urbano lançado em 6 de novembro, que vendeu 606 unidades e ficou na quarta posição entre os elétricos mais vendidos do país. Com outros modelos, a marca totalizou 985 unidades, tornando-se a segunda no ranking de elétricos, atrás apenas da BYD (4.425 unidades). A Volvo, também do grupo Geely, ocupou o terceiro lugar.
A empresa avançou ao adquirir 26,5% da Renault do Brasil. O acordo prevê investimento de cerca de R$3,8 bilhões na produção do EX2 e do SUV EX5 no país, além do desenvolvimento de uma plataforma de tecnologias de nova energia. A iniciativa reduz custos tarifários e marca a transformação da Geely de exportadora para fabricante com ecossistema industrial completo no Brasil.
China aposta em ecossistemas industriais, não apenas em vendas
O movimento das montadoras chinesas vai além da expansão tradicional. Empresas implantam joint ventures, fábricas de baterias, centros de pesquisa e redes de distribuição, estabelecendo um ecossistema completo no quarto maior mercado automotivo do mundo. O objetivo é consolidar presença na América Latina e ampliar competitividade a longo prazo.
Apesar da retração temporária do mercado em novembro, a tendência de eletrificação permanece sólida. A combinação de escala, domínio tecnológico e integração da cadeia produtiva reforça o papel do Brasil como centro estratégico para as marcas chinesas na região.
Nos próximos anos, a ampliação da produção local e a diversificação dos portfólios devem fortalecer a presença das empresas chinesas no mercado brasileiro de veículos elétricos e abrir caminho para expansão em outros mercados emergentes da América Latina.
Fonte: sina.com.cn


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