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Olhos: Medição de temperatura da íris pode roubar informações

Devido ao coronavírus, a medição de temperatura tornou-se uma obrigação para as empresas que têm retomado atividades na China. Um dos métodos para checagem de temperatura, entretanto, tem chamado a atenção em Shanghai: a medição é feita pela íris. Apesar de eficaz, há preocupações de que o procedimento possa roubar informações biológicas das pessoas.

No prédio comercial da Zhangjiang Venture Workshop, uma incubadora em Shanghai, trabalhadores olham para uma pequena câmera a 1 metro de distância por 2 segundos. Eles podem entrar no prédio depois de ouvir  “Autenticação de identidade bem-sucedida e temperatura corporal normal”. Ao mesmo tempo, a tela exibe o nome do funcionário, o número de identificação (parcialmente oculto) e a temperatura corporal. Esse método é diferente do reconhecimento facial ou medição através do pulso.

A chamada medição de temperatura da íris, em termos simples, integra o módulo de reconhecimento de íris e medição de temperatura por infravermelho em um único  dispositivo para realizar a autenticação de identidade e medição de temperatura simultaneamente, mas a premissa é que as informações da íris humana precisam ser coletadas primeiro. É conhecido como o recurso biológico de processamento mais preciso, rápido, e também o mais difícil de forjar. A taxa de precisão do reconhecimento da íris é muito alta, com uma taxa de erro de menos de um décimo de milhão. Mais de 200 pontos característicos da íris precisam ser extraídos e codificados durante a coleta. Todo o processo de registro das informações de uma pessoa leva apenas um ou dois minutos, bastando inserir informações relevantes e apontar os olhos para o coletor de informações.

Segurança das informações

A maior preocupação oculta que ele traz é a questão da privacidade. Uma senha pode ser alterada se perdida, mas as informações biológicas não. Uma vez vazadas, você não pode ter uma segunda face. Se hackers ou criminosos conseguissem obter e as utilizar, as consequências seriam inimagináveis.

No dia 6 de Março, a nova “Information Security Technology – Personal Information Security Specification” foi lançada e será implementada em 1º de Outubro deste ano, revisando regulamentos sobre a legalidade da coleta de informações, autorização e consentimento, transmissão e armazenamento e ainda permitindo que as imagens originais, das quais podem ser extraídas informações biométricas pessoais, sejam excluídas, requerindo também a implementação de medidas de segurança como autenticação e criptografia ao transmitir e armazenar informações pessoais sensíveis. A prevenção de tais riscos, no entanto, ainda depende da implementação efetiva da nova regulamentação nos armazenamentos local e do servidor.

Eficácia do método

Embora seja muito eficiente para coletar informações, o reconhecimento da íris não é perfeito. Primeiramente não pode ser aplicado em áreas com grande mobilidade de pessoas, pois é impossível registrar todas as pessoas no sistema com antecedência. Em segundo lugar, o reconhecimento da íris não pode ser executado quando alguém está usando lentes de contato. Além disso, mesmo se alguém com temperatura corporal anormal for identificado, seus contatos próximos não poderiam ser encontrados.

Fonte:https://www.huxiu.com