A edição de 2025 do Índice de Poder Asiático, divulgada na terça-feira em Melbourne pelo Instituto Lowy, aponta que a China ampliou sua posição como parceira confiável na região, enquanto políticas recentes dos Estados Unidos reduziram a influência americana na Ásia.
O levantamento avaliou 27 países e territórios com base em 131 indicadores, que vão de capacidade econômica e acesso a mercados a influência diplomática, cultural e fluxos de pessoas. O relatório analisou sete anos de dados para medir a distribuição de poder na região.
O índice manteve os Estados Unidos na liderança do “poder abrangente”. A China apareceu em segundo lugar e a Índia em terceiro. No entanto, a distância entre EUA e China diminuiu. O relatório atribui parte dessa mudança ao uso mais agressivo de tarifas pelos EUA. Segundo o documento, essa estratégia reduziu a influência diplomática americana na Ásia. A análise também citou cortes na ajuda ao desenvolvimento, reduções no financiamento à mídia internacional dos EUA e restrições de visto para visitantes asiáticos como fatores que prejudicaram a posição americana.
Susannah Patton, líder do projeto no Lowy Institute, afirmou que essas medidas “afetaram negativamente a posição dos EUA na região”. Ela destacou que o conjunto de decisões reduziu a atratividade americana em áreas como turismo, educação e cooperação para o desenvolvimento.
A análise apontou que a China respondeu às tarifas americanas com segurança e manteve acesso a diversos mercados globais. Isso, segundo o instituto, sustentou a capacidade chinesa de lidar com pressões econômicas dos EUA. O relatório também observou que Pequim se apresenta aos países asiáticos como um parceiro contrário ao protecionismo e ao unilateralismo.
Richard McGregor, pesquisador sênior do Lowy Institute, afirmou que o índice mostra equilíbrio de poder entre EUA e China na Ásia. Segundo ele, os resultados indicam que as duas potências atuam com peso comparável na região.
A edição de 2025 também registrou que a China retomou níveis próximos aos anteriores à pandemia em intercâmbios populacionais. As restrições de viagem entre 2020 e 2022 reduziram esse indicador, mas o país ampliou o fluxo de turistas e estudantes asiáticos no último ano. O relatório cita o avanço como efeito da criação de novas rotas de isenção de visto para países como a Indonésia.
Fonte: China Daily


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