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Empresas presentes na Feira de Cantão ajustam estratégias diante de incertezas no comércio exterior

Empresas presentes na Feira de Cantão ajustam estratégias diante de incertezas no comércio exterior
Fonte da imagem: Deng Hua/ Xinhua

A 137ª edição da Feira de Importação e Exportação da China, conhecida como Feira de Cantão, encerrou sua exposição presencial nesta segunda-feira (5), em Guangzhou, com número recorde de compradores estrangeiros. Segundo dados oficiais, até o dia 4 de maio, 288.938 compradores de 219 países e regiões participaram do evento — um crescimento de 17,3% em relação à 135ª edição.

Durante a feira, os contratos de intenção de exportação totalizaram US$ 25,44 bilhões — crescimento de 3% em relação à edição anterior. Mais de 60% desse valor veio de negociações com países da Iniciativa Cinturão e Rota, que lideraram o crescimento. Os mercados tradicionais, por sua vez, mantiveram desempenho estável.

Com as crescentes incertezas no comércio global, muitas empresas expositoras estão revendo suas estratégias de produção e vendas, incluindo a ampliação de atuação no mercado doméstico chinês. É o caso da Shanghai Bestway Sports Technology, que vem tentando ampliar sua presença no mercado interno com produtos infláveis para esportes e lazer. Segundo o vice-presidente regional de vendas, Jin Zu, embora a demanda esteja crescendo, a disposição do consumidor local em pagar ainda é limitada, o que exige um processo de educação do mercado.

A empresa também está direcionando esforços para parcerias com montadoras de veículos elétricos, que passaram a fabricar acessórios como colchões infláveis para carros e atividades ao ar livre. Embora esse segmento ainda represente uma parcela pequena do negócio, a expectativa é de expansão nos próximos anos.

A Beijing Taiyu Boyang International também busca se adaptar ao novo cenário. A empresa, que exporta balões decorativos para América do Norte, Europa e Austrália, considerou transferir parte da produção para o Sudeste Asiático, mas optou por manter as operações na China, diante das incertezas nas políticas comerciais internacionais. A companhia investiu em uma nova fábrica em Jiangsu, com linhas de produção automatizadas e tecnologias patenteadas, visando reduzir custos e dependência de mão de obra.

Com a nova planta, a capacidade de produção deve dobrar para até 2,5 milhões de unidades por dia, reduzindo os custos em até 40%. Os produtos abastecerão os mercados europeu e norte-americano e também oferecerão preços mais competitivos para países emergentes, onde o custo é um fator decisivo.

Sobre as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, representantes da empresa afirmam que, embora EUA e Europa ainda sejam os principais mercados, a instabilidade atual tem incentivado a diversificação geográfica das vendas. A meta agora é atender a uma base global mais ampla.

Fonte: yicai.com