Tecnologia

Empresas chinesas buscam diferenciar aplicações reais de IA de soluções genéricas

Aplicações reais IA
Fonte da imagem: Chen Haoming/ Xinhua

O ano de 2025 marca a entrada dos agentes inteligentes de inteligência artificial (IA) no cotidiano de usuários e empresas. A Conferência Mundial de Inteligência Artificial (WAIC), realizada em julho, em Xangai, mostrou como esses sistemas já operam em setores como saúde, educação, gestão pública e indústria.

Fabricantes de infraestrutura computacional, como xFusion Digital e Huakun Zhenyu, passaram a oferecer serviços completos de IA. Essas empresas ampliaram sua atuação para atender à demanda por agentes mais sofisticados e adaptáveis. O movimento do setor sinaliza uma transição de soluções isoladas para ecossistemas colaborativos de múltiplos agentes.

Fabricantes de servidores entram no mercado de IA

A xFusion anunciou uma plataforma de IA que cobre desde infraestrutura e serviços de dados até design de agentes e aplicação digital. Durante a WAIC, apresentou centenas de casos de uso em áreas como manufatura, saúde e serviços públicos.

A Huakun Zhenyu, parceira estratégica da Huawei, também lançou soluções de IA baseadas em sua plataforma Huakun Yuanqi. A empresa desenvolveu mais de 20 aplicações voltadas para governo, finanças e saúde. Segundo Wang Enjin, diretor de soluções em IA, a proposta busca resolver a dificuldade de empresas que não têm acesso ou conhecimento para utilizar agentes inteligentes.

A vice-presidente da empresa, Song Xuan, afirmou que a estratégia da Huakun inclui a transição de fornecedora de hardware para empresa de soluções completas em IA, com foco na integração entre software e hardware.

Evolução dos agentes: de tarefas isoladas à cooperação

Durante a WAIC, a Midu lançou o V Assistant 2.0, sistema voltado à análise de opinião pública. A nova versão opera com múltiplos agentes, que colaboram para executar tarefas como monitoramento, análise de risco e envio de alertas. O sistema reduziu o número de etapas de oito para duas, o que, segundo a empresa, melhora a eficiência operacional.

A Wanlian Yida Group anunciou o desenvolvimento de um modelo de linguagem industrial com cobertura de mais de 90 setores. O vice-presidente Du Xinkai explicou que a base de dados do sistema é verificada por especialistas e sustentada pelo ecossistema da internet industrial mantido pela empresa.

Segundo Du, o modelo busca suprir lacunas deixadas pelos modelos genéricos, como o ChatGPT, que são voltados ao consumidor final. A Wanlian atua com foco em IA corporativa, comércio de produtos, logística e finanças digitais.

IDC propõe padronização para o mercado de agentes

Em 29 de julho, a IDC divulgou seu primeiro relatório sistemático sobre o panorama dos agentes inteligentes na China. A consultoria prevê que 2025 será o ano da adoção em larga escala desses sistemas, com impactos nos fluxos de trabalho empresariais.

A IDC alerta para a ausência de critérios claros sobre o que constitui um agente inteligente. Muitos produtos rotulados como agentes não atendem aos requisitos de autonomia, proatividade e adaptabilidade. O estudo propõe a criação de métricas padronizadas para avaliar precisão, tempo de resposta e escalabilidade dos sistemas.

Yang Wen, analista da IDC China, afirmou que os agentes vão transformar a relação entre humanos e máquinas e reconfigurar a experiência de consumo, migrando de um atendimento reativo para um modelo preditivo. A combinação de dados de empresas e consumidores tende a formar um ciclo contínuo, em que consumo e tecnologia se alimentam mutuamente.

Fonte: The Paper