A sexta-feira, 5 de maio de 2023, entrou para a história: A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência internacional da covid-19. Os especialistas da OMS concluíram que o vírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional. A resolução da OMS acontece quatro meses após a China retirar as restrições e reabrir suas fronteiras para a entrada de estrangeiros, assim como a liberação de viagens internacionais para os chineses.
O vírus, que teve início na província de Wuhan, no centro da China, e alastrou pelo mundo, matou mais de 7 milhões de pessoas, e causou perdas econômicas na casa dos trilhões de dólares. A China foi o último país a flexibilizar as regras de controle da covid, tendo adotado uma política rígida de tolerância zero para o alastramento do vírus. As restrições afetaram não só a vida da população, mas a economia do país.
Os três anos de pandemia e de lockdown na China levaram a uma desaceleração de uma das maiores economias do mundo, como não se via há anos. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a recuperação econômica da China deve acontecer em 2023, com a volta de viagens e o aumento do consumo. O FMI projeta um crescimento de 5,2% este ano, contra 3% no ano passado. Porém, segundo a instituição, o PIB pode voltar a cair gradualmente nos próximos anos.
Apesar da retomada na economia, a China ainda enfrentará desafios, especialmente com relação ao mercado imobiliário, que caiu 5,7% em relação ao ano anterior nos dois primeiros meses deste ano, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas da China. As vendas de imóveis por área construída contraíram 3,6%. No longo prazo, segundo o FMI, o desafio dos governantes chineses será o de lidar com o encolhimento da população, o que pode impactar na oferta de mão de obra, e a desaceleração da produtividade.
Em março de 2023, de acordo com a Statista, a taxa de desemprego pesquisada nas áreas urbanas da China era de 5,5%, ligeiramente abaixo dos 5,6% do mês anterior. O desemprego entre jovens de 16 a 24 anos atingiu 18,1% no período de janeiro a fevereiro, ante 16,7% em dezembro, conforme o Escritório Nacional de Estatísticas da China. Com menos pessoas empregadas, o temor é de que o consumo interno caia, já que as pessoas estarão menos dispostas a gastar com supérfluos e deverão concentrar a renda em itens essenciais.
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