O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, reafirmou na manhã desta sexta-feira, 05, que “a amizade e cooperação entre Brasil e China continuará sendo aprofundada”. Ele destacou as possibilidades de exploração da parceria entre os dois países em agronegócio, energia, infraestrutura e mineração. Em uma conferência online com Think tanks e jornalistas, Yang Wanming comentou também sobre os assuntos mais importantes do momento envolvendo a China.
Relação Brasil-China
O embaixador comentou sobre a relação bilateral e os recentes incidentes diplomáticos envolvendo autoridades brasileiras como o Ministro da Educação Abraham Weintraub e o deputado federal Eduardo Bolsonaro. “Não há atritos históricos e nem conflitos de interesses entre as duas nações”. Yang Wanming afirmou ainda que “críticos devem olhar para a relação de amizade entre os dois países e a parceria de longo prazo”. Falou sobre a intenção do governo e das empresas chinesas de cooperar com o desenvolvimento do Brasil em setores como infraestrutra, tecnologia de informação, modernização da agricultura.
Tecnologia
A China foi surpreendida com o coronavírus, mas teve a vantagem de ter tecnologias capazes de auxiliar no combate e controle da doença no país. De acordo com o embaixador, o setor será ainda mais desenvolvido para ajudar na recuperação econômica pós-coronavírus. A tecnologia será aplicada na agricultura, comércio eletrônico e na área de saúde. Yang Wanming mencionou que a Huawei tem a intenção de continuar cooperando com a tecnologia 5G no Brasil.
Guerra Comercial China-EUA
A guerra comercial entre China e EUA é um tema que preocupa não só aos dois países envolvidos, mas o mundo todo. O embaixador disse que a fase um do acordo comercial poderá ser benéfico porque tranquilizará o mercado internacional. Ele afirmou que “a demanda por produtos agrícolas do Brasil é enorme no mercado chinês”. “O lado dos Estamos Unidos não é suficiente para atender essa demanda”, disse.
Combate à pobreza
Uma das grandes metas estabelecidas pela China para o ano de 2020 era a de eliminar completamente a pobreza extrema. A chegada do coronavírus ameaçou esse plano. De acordo com o embaixador chinês, está havendo um esforço conjunto dos governos provinciais e central no apoio dos pessoas mais pobres, que em sua maioria vivem nas zonas rurais ou em regiões remotas da China. As iniciativas incluem o apoio de crédito e incentivo fiscal para microempreendedores, apoio ao escoamento da produção de pequenos agricultores via e-commerce, e de apoio ao aumento do emprego. Outra iniciativa é de que os indivíduos poderão fazer comércio sem pedir autorização para o governo, simplificando a burocracia para abrir micro empresas. A China tem hoje uma taxa de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza de 0,6%, o que representa pouco mais de 5 milhões de pessoas.
Hong Kong
O embaixador falou ainda sobre a questão envolvendo os protestos de Hong Kong, devido aprovação da Lei de Segurança Nacional pelos legisladores de Pequim na última semana. Segundo Yang Wanming, a Lei não coloca em perigo o princípio de Um País, Dois Sistemas e nem fere a autonomia de Hong Kong, e que “nenhum país tem o direito de interferir ou tem condições de fazê-lo.”
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