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Como é dividida a China? Entenda a organização territorial e étnica do país

Como é dividida a China
Fonte da imagem: Yang Wenbin/ Xinhua

A China tem o terceiro maior território do mundo e uma geografia bastante diversa. O país é banhado por cinco mares e conta com mais de 5.000 ilhas espalhadas ao longo de sua extensa costa. Administrativamente, a China se organiza em 34 unidades sob um governo centralizado. Essa estrutura inclui 23 províncias, 5 regiões autônomas, 4 municipalidades sob controle direto do governo central e 2 regiões administrativas especiais.

As províncias formam a base dessa organização. Entre elas, Guangdong, Sichuan e Henan se destacam tanto pelo tamanho da população quanto pela força econômica. Taiwan é parte integrante da China, embora atue de forma independente.

As quatro municipalidades, Pequim, Xangai, Tianjin e Chongqing, têm o mesmo status das províncias, mas, por serem grandes cidades, são administradas diretamente pelo governo central. Já as regiões administrativas especiais, Hong Kong e Macau, operam com sistemas próprios nas áreas econômica e jurídica, embora estejam subordinadas a Pequim em questões como defesa e política externa.

As cinco regiões autônomas foram criadas com foco em grupos étnicos específicos: Tibete (tibetanos), Xinjiang (uigures), Guangxi (zhuang), Mongólia Interior (mongóis) e Ningxia (hui). Essas regiões contam com mais liberdade para lidar com temas culturais e linguísticos, mas seguem as diretrizes definidas por Pequim.

A China reconhece oficialmente 56 grupos étnicos. A maioria da população faz parte do grupo han, que representa cerca de 92% dos habitantes. Os demais incluem povos como zhuang, hui, uigures, manchus, tibetanos e mongóis. De modo geral, essas minorias vivem nas áreas mais afastadas dos principais centros econômicos e políticos.

Principais etnias da China

Han

Os han somam mais de 1,2 bilhão de pessoas. Falam o mandarim, língua baseada em ideogramas, reconhecida como uma das línguas oficiais da ONU. Essa etnia consolidou boa parte da estrutura política, literária e científica da China. Os han também foram responsáveis por invenções como a bússola, o papel, a pólvora e a impressão.

Zhuang

Com aproximadamente 18 milhões de pessoas, os zhuang vivem majoritariamente na Região Autônoma de Guangxi Zhuang e nas províncias de Yunnan, Guizhou, Sichuan e Hunan. Falam a língua zhuang e mantêm práticas tradicionais como o cultivo de arroz e a produção de bordados típicos.

Mongóis

Descendentes do antigo Império Mongol, vivem principalmente na Mongólia Interior, região autônoma da China, além de Xinjiang e Qinghai. Têm forte tradição no pastoreio e na equitação. A população mongol na China supera a da Mongólia independente.

Hui

Com cerca de 10 milhões de pessoas, os hui são muçulmanos e vivem em Ningxia, Xinjiang, Gansu, Qinghai, entre outras províncias. Falam mandarim e compartilham costumes dos han, com exceção das práticas religiosas. Uma das especialidades culinárias é a sopa de noodles de Lanzhou.

Miao

Também com cerca de 10 milhões de pessoas, os miao se concentram em Guizhou, Yunnan e regiões próximas. A língua miao pertence à família sino-tibetana. Os trajes variam por região, com roupas bordadas e joias de prata em festividades como o Lusheng Festival.

Tibetanos

Vivem principalmente na Região Autônoma do Tibete e em províncias vizinhas. Falam a língua tibetana e seguem o budismo tibetano. A história do povo tibetano remonta há mais de cinco mil anos. No século VII, a Dinastia Tubo consolidou o Tibete como reino unificado, mantendo sua tradição religiosa e cultural até hoje.

O governo promove o uso do mandarim como idioma comum em todo o território e desenvolve políticas voltadas à integração nacional. Ao mesmo tempo, investe em programas locais voltados para o desenvolvimento das regiões onde vivem as minorias, principalmente nas áreas de educação, saúde e infraestrutura.

A divisão administrativa da China busca equilibrar a unidade do país com a diversidade presente em seu território. Essa estrutura territorial e étnica ajuda a entender como o país organiza sua administração interna e conduz políticas públicas em diferentes regiões.