A China possui a maior rede 5G do mundo, com mais de 4,4 milhões de estações bases em 2025, segundo o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT). O país já começou a migrar para o 5G-Advanced (5G-A), também conhecido como 5.5G, uma evolução do 5G que serve de ponte para o futuro 6G. As três principais operadoras do país, China Mobile, China Telecom e China Unicom, possuem o plano de ativar o 5G-A em mais de 300 cidades neste ano. A meta é expandir o serviço para todo o território até 2027.
A Groupe Speciale Mobile Association (GSMA) projeta que, até 2030, o 5G responderá por 57% de todas as conexões móveis globais, com a infraestrutura avançada da China servindo de base para a digitalização industrial. Essa nova fase promete conexões até dez vezes mais rápidas do que o 5G atual, além de maior estabilidade da rede. O 5G-A também vai permitir aplicações mais complexas, como carros autônomos em larga escala, cirurgias remotas mais seguras e fábricas inteligentes com menor tempo de resposta entre máquinas.
O governo chinês vê o 5G-A como parte de uma estratégia para manter a liderança em telecomunicações e preparar a base tecnológica para o 6G, previsto para chegar por volta de 2030. A tecnologia amplia a capacidade das antenas ao incorporar funções de sensoriamento, o que permite que a rede funcione também como um sistema de radar distribuído, capaz de detectar objetos em áreas urbanas e viabilizar aplicações em drones e no tráfego aéreo de baixa altitude. Essa combinação de transmissão de dados e percepção ambiental abre caminho para cidades inteligentes mais integradas e para a expansão de veículos autônomos em rotas controladas.
5G-A como sistema nervoso da economia
Se o 4G ficou conhecido por popularizar os smartphones e abrir espaço para aplicativos de redes sociais, e o 5G passou a ser tratado como uma internet móvel mais rápida e estável, o 5G-Advanced dá um passo além. Ele começa a funcionar como uma espécie de sistema nervoso da economia, conectando fábricas, hospitais, portos e até cidades inteiras em tempo real. Deixa de ser apenas uma rede de comunicação para se tornar parte da infraestrutura que sustenta o dia a dia de um país. O que começou como um projeto de rede de alta velocidade evoluiu para um ecossistema que integra setores produtivos, saúde e logística, conectando serviços em tempo real, onde a tecnologia 5G-A conecta aplicativos inteligentes atuais às ambições do 6G do futuro.
A estratégia chinesa é justamente essa, apresentar o 5G-A não como uma simples atualização de tecnologia, mas como parte de um plano de modernização nacional, aliado à inteligência artificial. Em seus planos, o governo chines fala em “nova infraestrutura”, colocando a conectividade avançada no mesmo nível de importância de trens de alta velocidade ou usinas de energia.
Enquanto outros países ainda discutem questões como segurança cibernética e custos de implantação, a China aposta em transformar o 5G-A em um produto de exportação, oferecendo um modelo completo de modernização digital, que pode ser levado a países parceiros na Ásia, na África e na América Latina.
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