Empreendedorismo

China quer antecipar negociações com UE e promover acordo de livre comércio China–Japão–Coreia do Sul

Em 19 de novembro, na coletiva de imprensa do Ministério do Comércio da China, o porta-voz, Gao Feng, disse que a China está disposta a manter a comunicação com a União Europeia, usando como base o Acordo de Investimento China-EU (“Comprehensive Agreement on Investment” em inglês na sigla de BIT) para avançar no processo do Acordo de Livre Comércio China-EU. Além disso, a China acelerará a negociação do “Acordo de livre comércio China-Japão-Coreia do Sul”, “China Japan ROK FTA” em inglês na sigla CJKFTA.

 

Início antecipado do processo de negociações da Acordo de Livre Comércio China-EU

Gao Feng informou que os ambos os lados têm acelerado o processo e alcançado resultados positivos através de negociações intensivas e contínuas de acordo com o consenso dos seus líderes, tendo a meta de concluir as negociações ainda em 2020.

Nesta semana, a China e a Europa realizam a 34ª rodada de negociações. Esta já é a nona rodada de negociações formais realizadas este ano. Segundo Gao Feng, os dois lados estão se concentrando nas questões remanescentes e o aprofundamento do assunto, que devem levar a um progresso positivo.

Gao enfatizou que a negociação é propícia ao aprofundamento da cooperação econômica e comércio bilateral entre a China e a Europa, num contexto de crescente pressão descendente da economia mundial, é de grande importância a promoção da liberalização, facilitação do comércio, dos investimentos globais e do desenvolvimento sustentável da economia mundial.

De acordo com o Ministério do Comércio, no 8° Diálogo Econômico e Comercial de Alto Nível China-UE, os dois lados confirmaram progressos significativos na questão da concorrência justa, o que significa que o processo geral de negociação deu um grande passo, e os dois lados estão agora se concentrando nas questões remanescentes do texto e nas questões de acesso ao mercado para acelerar as negociações.

O Eurostat divulgou recentemente dados mostrando que nos primeiros sete meses deste ano, o comércio bilateral entre a China e a Europa atingiu 382,7 bilhões de euros, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior, a China se tornou pela primeira vez o maior parceiro comercial da UE, mais do que os Estados Unidos, com um volume comercial de 5,2 bilhões de euros. Enquanto isso, a China manteve sua posição como a maior fonte de importações da UE e o terceiro maior mercado de exportação, respondendo por 21,9% e 10,3%, respectivamente.

O ano 2020 marca o 45º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e a Europa, e a escala do comércio China-UE disparou 250 vezes nos quase 40 anos até 2019. Em agosto deste ano, a empresa China Railway Express operou 1.247 trens entre China-Europa, transportando até 113.000 TEU (unidade equivalente a um conteiner de 20 pés) de carga, um aumento de 62%.

Recentemente, a China e a Europa assinaram o “Acordo de Indicações Geográficas China-UE” (EU-China Landmark Geographical Indications Agreement, em inglês), para incluir os produtos com indicação geográfica(GI) dos ambos na lista de proteção, o acordo foi negociado durante oito anos, incluindo um total de 550 (275 de cada parte) produtos de indicações geográficas, o que também significa que 275 tipos de produtos chineses serão protegidos pela UE, acelerando o acesso ao mercado da UE.

 

Aceleração as negociações do Acordo de Livre Comércio China-Japão-Coreia do Sul (CJKFTA)

As negociações do CJKFTA foram iniciadas em novembro de 2012 e até agora foram realizadas 16 rodadas. Os três lados tiveram profundas trocas de opiniões sobre comércio de mercadorias, comércio de serviços, investimentos e regras, obtendo progressos significativos.

Ele ressaltou que a assinatura da Parceria Econômica Regional Abrangente

(RCEP, na sigla em inglês) criou condições favoráveis para acelerar a negociação do CJKFTA. A China está disposta a trabalhar com o Japão e a Coréia do Sul para superar ativamente o impacto da epidemia, fazer pleno uso dos recursos existentes, manter consultas e intercâmbios através de videoconferências, conferências telefônicas e outras formas, acelerar a negociação e esforçar-se para alcançar resultados substanciais o mais rápido possível.

O Vice-Ministro Wang Shouwen, do Ministério do Comércio, destacou recentemente que através da RCEP, a China estabeleceu relações comerciais mais fortes com o Japão. Ele afirmou que é a primeira vez que a China assina FTA (acordo de livre comércio) com as dez maiores economias do mundo, e é um grande avanço na implementação de estratégia chinesa de FTA, que aumentou a cobertura comercial da China com seus parceiros de livre comércio dos atuais 27% para cerca de 35%. Os parceiros de FTA serão de 26 no total.

Wei Jianguo, vice-presidente da “China Center for Intenrnational Economic Exchanges” (CCIEE) e ex-vice-ministro do Comércio, disse ao 21st Century Business Herald que a conclusão da RCEP certamente impulsionará as negociações do CJKFTA “Até lá, se a China, a segunda maior economia do mundo, o Japão, a terceira maior economia, e a Coréia do Sul, a sexta maior economia do mundo, puderem alcançar um FTA de alto padrão, certamente impulsionará significativamente a economia mundial”.

Wei acredita que se a RCEP e a CJKFTA progredir sem problemas, nos próximos cinco a dez anos, a economia global entrará numa “era Ásia-Pacífico” ou “era asiática”, a região Ásia-Pacífico se tornará o motor do desenvolvimento econômico mundial, a Ásia se tornará a maior cadeia de produção, cadeia de abastecimento e da cadeia de consumo do mundo.

 

Fonte: 21caijing