A China alcançou um marco no setor de energia renovável ao conectar à rede o parque eólico mais alto do mundo, localizado em Basu, na cidade de Qamdo, região do Tibete. Com capacidade instalada de 100 mil kW, o projeto já acumulou uma produção de 22,42 milhões de kWh até as 8h do dia 10 de dezembro.
Desde sua inauguração, em 31 de outubro, o parque eólico tem enfrentado condições desafiadoras, como altitudes extremamente elevadas e condições climáticas adversas. Apesar disso, o sistema demonstrou estabilidade na geração de energia, comprovando a confiabilidade das turbinas eólicas em ambientes extremos.
O parque eólico de Basu, localizado em Qamdo, no Tibete, estabeleceu um novo recorde mundial ao operar com turbinas instaladas a uma altitude de 5.305 metros. Investido e construído por empresas como a Datang Tibet Energy Development, o projeto é composto por 20 turbinas eólicas individuais, cada uma com capacidade de 5 MW, totalizando uma geração adicional de 223 milhões de kWh de energia limpa por ano.
Essa produção é suficiente para atender ao consumo anual de energia elétrica de cerca de 230.000 pessoas, destacando o impacto significativo do projeto na promoção de fontes renováveis de energia.
Com um alto grau de automação, o parque exige uma equipe operacional de apenas 8 a 10 pessoas para monitorar e manter as 20 turbinas.
“É como se fosse um ‘moinho de vento nas altitudes de 5.305 metros’, com pás de 95 metros de comprimento que, ao girar uma vez, geram 9,5 kWh de energia,” explicou Xu Qiduo, responsável pelo parque eólico da Datang.
O parque eólico de Basu não só reforça a posição da China como líder em inovação no setor de energias renováveis, mas também demonstra a viabilidade de geração sustentável de energia em ambientes extremos, contribuindo para a transição energética global.
Desafio nas alturas
As altitudes extremamente elevadas, entre 3.500 e 5.500 metros, representam um desafio significativo para projetos de energia eólica devido às condições climáticas rigorosas e às demandas tecnológicas. No entanto, a abundância de ventos nessas regiões oferece oportunidades únicas para geração de energia limpa.
Nos últimos anos, projetos inovadores no Tibete têm demonstrado a viabilidade de explorar esse potencial. Entre eles estão o projeto de energia eólica Zhegu, na região de Shannan, e o projeto solar e eólico integrado de 300.000 kW da China National Nuclear Corporation, em Xigaze, ambos operando com turbinas instaladas a mais de 5.100 metros de altitude.
A região tibetana destaca-se por seus excepcionais recursos de energia limpa. De acordo com o Livro Branco “A Prática e as Conquistas Históricas da Nova Estratégia do Governo da China para o Governo Regional do Tibete”, publicado no ano passado, cerca de 90% da capacidade instalada de energia elétrica no Tibete provém de fontes limpas.
Fonte: news.china.com.cn