A China projeta que o mercado de inteligência incorporada alcance RMB 400 bilhões até 2030 e ultrapasse RMB 1 trilhão até 2035. O avanço ocorre após o governo chinês incluir essa tecnologia como área estratégica do desenvolvimento industrial, com aplicação direta em serviços, indústria, saúde e logística.
Segundo Zhong Xinlong, diretor do Laboratório de Inteligência Artificial do Centro de Pesquisa de Indústrias do Futuro do Instituto Chinês de Pesquisa em Tecnologia da Informação, a inteligência artificial tradicional atua como um “conselheiro” restrito a telas e sistemas digitais. Já a inteligência incorporada opera diretamente no ambiente físico, como fábricas, hospitais e residências. Ela pode transportar cargas em linhas de produção, separar mercadorias em centros logísticos, auxiliar no atendimento hospitalar e apoiar o cuidado de idosos em casa.
Nesse contexto, sistemas como o DeepSeek, popular em 2025, possuem capacidade de processamento e tomada de decisão, mas não executam ações físicas. Por isso, são classificados como inteligência desincorporada. Em sentido oposto, braços robóticos tradicionais contam com estrutura física, mas dependem de comandos humanos, o que limita sua autonomia e nível de inteligência.
De acordo com Tian Jietang, diretor do Departamento de Economia Industrial do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento do Conselho de Estado, a inteligência incorporada exige a integração de três elementos: um sistema de decisão, um sistema de controle e uma estrutura física capaz de executar ações. Ela não se restringe a robôs humanoides e pode assumir a forma de máquinas industriais, veículos autônomos ou sistemas biomiméticos, como peixes ou insetos artificiais.
A tecnologia reúne inteligência artificial, robótica e outras áreas técnicas. Quando sistemas passam a aprender com o ambiente e tomar decisões de forma autônoma, eles tendem a alterar processos produtivos e a prestação de serviços.
Para Zhong Xinlong, a inteligência incorporada atua como um novo vetor de crescimento econômico. Ao inserir inteligência digital no mundo físico, a tecnologia aumenta a eficiência industrial e melhora a qualidade dos serviços. Na China, esses sistemas já substituem tarefas repetitivas e de alta intensidade em fábricas e oferecem suporte em áreas como saúde, cuidados com idosos, logística e serviços domésticos, o que ajuda a reduzir a pressão sobre o mercado de trabalho.
O ano de 2025 marca o início da industrialização da inteligência incorporada no país, com a transição de soluções antes restritas a ambientes virtuais para aplicações físicas em escala comercial.
Na província de Hunan, robôs operam em linhas de logística e montagem industrial. Equipados com sensores visuais, eles identificam, agarram e transportam objetos de forma autônoma. Em Hangzhou, no Parque Arqueológico de Liangzhu, robôs inteligentes realizam a limpeza do local e ajustam estratégias conforme a complexidade do ambiente.
A tecnologia também substitui atividades humanas em operações de risco. Um robô conhecido como “Wukong” realiza inspeções em usinas nucleares. Ele acessa espaços de apenas 0,05 metro e identifica falhas microscópicas nas estruturas.
Apesar da expansão para diferentes cenários, o desenvolvimento da inteligência incorporada ainda se encontra em fase inicial. Segundo Tian Jietang, a tecnologia segue uma classificação semelhante à da direção autônoma, com níveis que vão de L1 a L5. No nível L1, o sistema pouco difere de braços robóticos tradicionais. No L2, já executa tarefas específicas em ambientes controlados, como preparar café. No nível L5, previsto para o futuro, os sistemas poderão aprender e evoluir de forma contínua e independente.
Atualmente, tanto na China quanto em outros países, a maioria das aplicações comerciais opera em torno do nível L2, embora já esteja presente em diversos setores.
Fonte: news.cctv.com


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