A China ampliou de forma significativa o uso de energia eólica no país e mantém posição de liderança global no setor. Dados oficiais e entrevistas com empresas mostram que, ao contrário da percepção de que o país apenas fabrica equipamentos para exportação, ele integra suas turbinas de forma ampla na matriz energética.
No primeiro semestre de 2025, a Administração Nacional de Energia (NEA) registrou 51,39 gigawatts (GW) de nova capacidade eólica conectada à rede. Até junho, a capacidade eólica instalada acumulada atingiu 573 GW, um aumento de 22,7% em relação ao ano anterior. A geração de energia eólica chegou a 588 bilhões de quilowatts-hora, 15,6% acima de 2024, com taxa média de utilização de 93,2%.
No mercado financeiro, o setor eólico da bolsa de ações A da China registrou forte valorização em outubro, impulsionando os preços das ações de fabricantes de turbinas eólicas e refletindo a expansão do setor.
Da produção interna ao avanço tecnológico
No Porto de Zhuangyuan’ao, em Wenzhou, província de Zhejiang, empresas constroem um cluster industrial offshore que integrará toda a cadeia produtiva de energia eólica. A Windey Energy Technology Group Co., líder neste segmento, lançou a maior turbina terrestre do mundo e uma plataforma flutuante de turbina offshore, ampliando a capacidade tecnológica nacional.
Segundo Luo Yongshui, gerente geral assistente da Windey Energy Technology, “sem inovação independente, não haveria energia eólica na China como existe hoje”. Em 2024, o país adicionou 79,8 GW de nova capacidade eólica, equivalente a 68,2% do total global.
Testes extremos e expansão offshore
O supertufão Ragasa testou a resiliência das turbinas eólicas chinesas offshore. As 1.345 turbinas do Mingyang Smart Energy Group no Mar da China Meridional mantiveram operação estável. Ye Fan, vice-presidente da empresa, afirma que, embora o desenvolvimento costeiro tenha potencial relevante, as áreas em águas profundas oferecem capacidade três a quatro vezes maior.
Expansão internacional e cadeia global
As empresas chinesas também atuam globalmente. O Envision Group fechou acordo com a mineradora australiana Fortescue para fornecer 132 MW de turbinas e uma solução completa em Pilbara, oeste da Austrália. Lou Yimin, vice-presidente sênior do Envision Group, destaca que a tecnologia chinesa contribui para a transição energética em outros países.
Desde 2010, a China mantém o primeiro lugar mundial em capacidade anual de energia eólica instalada e possui a cadeia de suprimentos mais completa do setor. Suas turbinas já foram exportadas para mais de 40 países, apoiando a expansão global da energia eólica.
Fonte: stdaily
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