Na véspera do 10º Dia Nacional do Espaço, comemorado em 24 de abril, a China apresenta novos marcos em seu programa espacial. No Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, a missão tripulada Shenzhou-20 se prepara para um encontro orbital com a equipe da Shenzhou-19. Paralelamente, a missão Tianwen-2, voltada à coleta de amostras de um asteroide, entra na reta final dos testes preparatórios. O presidente Xi Jinping afirmou: “Explorar o vasto universo, desenvolver a indústria espacial e construir uma potência espacial são os nossos sonhos incessantes”.
Missão lunar estabelece novo recorde
Em junho de 2024, a sonda Chang’e-6 retornou à Terra com 1.935,3 gramas de amostras da face oculta da Lua. O feito superou marcas anteriores e fortaleceu o programa lunar da China no cenário internacional. Em outubro, a missão Shenzhou-19 realizou o quinto encontro tripulado na estação espacial Tiangong, reunindo astronautas de três décadas distintas — dos anos 1970, 1980 e 1990.
A missão Chang’e-6 superou obstáculos técnicos, como a criação de uma órbita lunar retrógrada, a coleta automatizada no lado oculto da Lua e a decolagem precisa. A China também lançou com sucesso uma constelação cislunar com três satélites, consolidando sua presença na exploração do espaço profundo.
Avanço em foguetes e tecnologias reutilizáveis
O país investe na construção de foguetes de alta capacidade e em sistemas reutilizáveis de transporte espacial. Esses esforços visam viabilizar a presença chinesa em regiões mais distantes do sistema solar.
A China também ampliou sua infraestrutura científica. Com a conclusão da segunda fase do Projeto Meridiano, o país fortaleceu sua capacidade de monitoramento do clima espacial. Satélites como Wukong, Mozi e Huiyan atuam na análise de partículas cósmicas, radiação solar e composição da superfície lunar.
Estação Tiangong testa biotecnologia e novos materiais
A estação espacial Tiangong abriga experimentos que geram resultados replicáveis na Terra. O cultivo de arroz em órbita resultou em novas gerações viáveis. Além disso, pesquisas com peixes vertebrados e cristalização de materiais em microgravidade apontam para aplicações industriais futuras.
Segundo Wang Chi, diretor do Centro Nacional de Ciência Espacial da Academia Chinesa de Ciências, a China passou a produzir descobertas com impacto internacional. Até o momento, o país firmou cerca de 200 acordos com mais de 50 países e organizações, abrangendo desde observação terrestre até missões lunares.
A tecnologia espacial já influencia áreas civis. Em abril, a China lançou uma plataforma comercial em Hangzhou para facilitar o acesso de empresas privadas a componentes e serviços espaciais. A ferramenta busca ampliar a adoção de soluções tecnológicas no mercado interno.
O sistema de navegação BeiDou monitora mais de 2.500 reservatórios e integra milhões de bicicletas compartilhadas com sistemas de alta precisão. Além disso, dados de satélite impulsionam a agricultura de precisão, a gestão de recursos e a resposta a desastres. Os impactos econômicos ultrapassam 300 bilhões de yuans.
Próximas missões ampliam ambição espacial
A China já planeja novas operações. A missão Chang’e-7 está prevista para 2026, a Chang’e-8 para 2028, e um novo sistema BeiDou deve entrar em operação até 2029. O país pretende realizar um pouso tripulado na Lua até 2030 e construir uma estação científica lunar básica até 2035.
Fonte: Diário do Povo
Tradução: Mei Zhen Li