Segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) em janeiro de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) ponderado das economias asiáticas em 2021 foi de 6,7%, 7,6 p.p. acima em relação ao mesmo período de 2020. Em termos de padrões de paridade do poder de compra, o peso total da economia asiática no mundo aumentou 0,2 p.p. em 2021 para 47,4% em comparação com 2020.
Para Zhang Yuyan, membro da Academia Chinesa de Ciências Sociais, apesar que a economia da Ásia está em uma fase de recuperação neste ano, o crescimento econômico está significativamente mais lento do que ano passado. O Banco Mundial, o Banco Asiático de Desenvolvimento e o Fundo Monetário Internacional reduziram recentemente drasticamente as previsões de crescimento a nível mundial: a previsão de abril do Banco Mundial foi reduzida em 0,9 p.p. e o fundo monetário internacional em 0,8 p.p.
Zhang afirmou ainda que, como a Ásia representa quase metade da economia global, o crescimento econômico da Ásia também foi fortemente afetado. Sua equipe estima que o crescimento econômico na Ásia será de cerca de 4,8% em 2022.
Em relação à integração econômica da Ásia, o relatório diz que o comércio de APAC representou 58,5% do comércio regional total em 2020, a maior participação desde 1990. O acordo, Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, sigla em inglês) entrou em vigor em 1 º de janeiro de 2022. Até agora, os seis países membros da ASEAN, Brunei, Camboja, Laos, Cingapura, Tailândia e Vietnã, bem como a China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia anunciaram oficialmente a implementação do acordo, marcando o início da zona de livre comércio mais populosa e maior do mundo em termos econômicos e comerciais. A região Ásia-Pacífico deu um novo ímpeto ao mundo, tanto na recuperação económica como na construção de instituições.
O relatório argumenta que o surgimento de novos formatos de negócios, como a economia digital, ampliou as fronteiras do comércio de serviços. O comércio de serviços digitais na Ásia tem mantido um crescimento sólido ao longo dos anos e sua participação no comércio global de serviços digitais aumentou de 16,6% em 2005 para 25,5%. Dentro da Ásia, quase metade das exportações de serviços digitais estão concentradas na Ásia oriental (46,7%), seguida pelo Sudeste Asiático (22,4%), Sul da Ásia (20,1%) e Oeste da Ásia (10,7%). Entre as dez principais economias de comércio global de serviços digitais em valor de exportação em 2020, os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar do mundo, a Ásia ocupa quatro lugares e a Europa cinco. As empresas asiáticas de plataformas digitais estão ativas no campo da internet e do comércio eletrônico.
No comércio eletrônico, as empresas tops 10 em termos de capitalização de mercado têm um rosto mais asiático. China, Cingapura e Coreia do Sul ocupam um total de seis lugares. O crescimento das plataformas digitais na Ásia também impulsionou o aumento das receitas da economia digital, que é responsável por quase metade das receitas do setor digital do mundo. As estratégias de transformação digital das economias asiáticas trarão novas oportunidades de crescimento para o comércio digital. Com a entrada em vigor do RCEP, os mercados de comércio eletrônico transfronteiriço da Ásia irão desfrutar de um grande dividendo institucional e de abertura. A RCEP impulsionará o comércio eletrônico transfronteiriço para reduzir os custos de importação e exportação e integrar melhor a gestão das cadeias logísticas e cadeias de valor da indústria na região.
No que diz respeito à cooperação monetária, uma das principais prioridades da cooperação monetária na Ásia é a construção de redes de segurança financeira em três dimensões: global, regional e bilateral. Em abril de 2021, entrou em vigor uma versão especialmente revisada do acordo da Iniciativa de Multilateralização de Chiang Mai (CMIM, sigla em inglês), assinado entre a ASEAN e os ministros das finanças e governadores dos Bancos Centrais da china, Japão e Coreia do Sul e o presidente da autoridade financeira de Hong Kong, China. Os termos de contribuição em moeda local promoverão o uso de moedas asiáticas. Desde 2020, as autoridades monetárias multinacionais da Ásia também avançaram na cooperação monetária bilateral, como acordo bilateral de swap de moeda local e liquidações em moeda local.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: The Paper