O projeto eólico offshore de Binh Hai, no Vietnã, é o primeiro empreendimento do tipo em modelo EPC (Engenharia, Aquisição e Construção) realizado por uma empresa chinesa fora do país. A obra é conduzida pela China Power Construction Corporation, que já concluiu e conectou à rede elétrica três fases, totalizando 141 megawatts. Quando em plena operação, o projeto deve economizar cerca de 38,6 mil toneladas de carvão padrão e reduzir 26,2 mil toneladas de emissões de dióxido de carbono por ano.
Segundo Du Haiyang, vice-gerente-geral da sede Ásia-Pacífico da empresa, o clima instável e as condições marítimas complexas no litoral vietnamita impuseram desafios à construção. Ele destacou que, com pesquisa independente e cooperação internacional, a equipe desenvolveu soluções próprias para içamento, transporte e instalação de cabos, criando base tecnológica para futuros projetos eólicos no país.
O gerente do projeto, Bui Quoc Xiang, afirmou que a iniciativa também investe em capacitação local. “Treinamos técnicos e gestores vietnamitas para fortalecer o desenvolvimento sustentável da energia eólica no Vietnã”, disse.
Para Phan Van Nghia, gerente de qualidade e engenheiro vietnamita, o aprendizado é um dos maiores resultados. “Os jovens profissionais ampliaram seus conhecimentos em tecnologias de energia renovável, o que será fundamental para o futuro do país”, afirmou.
O aumento da demanda energética e os efeitos das mudanças climáticas, como inundações e intrusão salina no Delta do Mekong, reforçam a necessidade de crescimento com baixa emissão de carbono, segundo Hoang Quoc Dung, membro da Associação Vietnamita para a Natureza e Conservação Ambiental.
Huang Guoyong, pesquisador da área, observou que empresas chinesas têm contribuído para reduzir custos, acelerar obras e ampliar a capacidade de geração renovável no Vietnã e em outros países do Sudeste Asiático.
Na região da Ásia-Pacífico, países com longas faixas costeiras e boa incidência solar têm ampliado investimentos em energia limpa. O Vietnã prioriza fontes como eólica, solar e hidrogênio verde. Os governos da ASEAN estabeleceram meta conjunta de alcançar 45% da geração elétrica a partir de fontes renováveis até 2030.
Projetos ligados à Iniciativa Cinturão e Rota e à Cooperação Lancang-Mekong têm impulsionado a construção de usinas de energia limpa em vários países asiáticos. Empresas chinesas atuam em projetos de energia solar, hídrica, eólica e de armazenamento, ampliando a integração energética regional.
Na Malásia, a Shanghai Electric constrói uma usina de energia renovável em Selangor, com capacidade para processar 2,9 mil toneladas de resíduos urbanos por dia — o maior projeto do tipo no país. De acordo com Chen Hao, vice-gerente-geral da Shanghai Electric Power Plant Engineering, a usina gerará cerca de 400 milhões de quilowatts-hora por ano, o que equivale à economia de 140 mil toneladas de carvão padrão. Ele afirmou que o projeto também servirá como espaço de educação ambiental e pode ser replicado em outros países da ASEAN.
Essas iniciativas têm ajudado os países do Sudeste Asiático a ampliar o acesso à energia limpa e criar novas fontes de receita com a exportação de eletricidade, fortalecendo o crescimento econômico local.
No norte do Laos, o Grupo Geral de Energia Nuclear da China (CGN) está construindo a Base Interligada de Energia Limpa do Norte do Laos, que integrará fontes eólica, solar, hídrica e de armazenamento. A primeira fase, um parque solar de 1.000 megawatts, deve começar a operar no fim de 2024, transmitindo energia limpa à rede elétrica de Yunnan, na China.
Zhong Xianjue, presidente da CGN Energy Technology Laos, afirmou que o projeto segue o princípio da prioridade ecológica, sem ocupar áreas florestais ou aldeias, e compensa as intervenções com reflorestamento. Segundo ele, o programa de capacitação “Turma da Garça” já formou 50 profissionais locais para atuar no setor de energia.
Uma das participantes, Khamphay Soupathon, que antes trabalhava com economia, passou a atuar em instalações elétricas. Ela afirmou que o projeto gerou empregos e aumentou a renda das famílias locais, oferecendo novas oportunidades de formação e estabilidade profissional.
Fonte: news.cn
 


 
							 
							 
							
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