China e ASEAN assinaram, em 28 de outubro, em Kuala Lumpur, o Protocolo de Atualização 3.0 da Área de Livre Comércio China-ASEAN (CAFTA). A cerimônia ocorreu antes da 28ª Cúpula China-ASEAN e contou com a presença do primeiro-ministro da China, Li Qiang, e do primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim. O acordo estabelece novas regras para integração econômica e amplia áreas de cooperação.
Segundo o primeiro-ministro de Cingapura, Lawrence Wong, a implementação do protocolo abrirá novas oportunidades econômicas para os países membros. Ele afirmou que a continuidade da cooperação entre China e ASEAN pode sustentar o crescimento regional.
O porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yadong, informou que as duas partes iniciarão seus processos internos de aprovação para que o protocolo entre em vigor o mais rápido possível.
A atualização do CAFTA amplia a cooperação para nove áreas e acrescenta cinco novos pilares: economia digital, economia verde, conectividade de cadeias de suprimentos, concorrência e proteção ao consumidor, além de apoio às micro, pequenas e médias empresas. Segundo o ministério, essa estrutura indica o compromisso dos países em definir regras do comércio e aprofundar parcerias em setores emergentes.
He afirmou que o acordo amplia a agenda de integração além do comércio e dos investimentos, passando a incluir setores digitais, verdes e temas regulatórios. Ele destacou que a atualização deve impulsionar a digitalização, a cooperação industrial, a coordenação de cadeias de suprimentos e a harmonização de padrões, acelerando a integração regional.
Ele também disse que empresas dos dois lados acompanham o protocolo porque veem novas oportunidades de negócios.
Os dados comerciais mostram o peso da parceria. Nos três primeiros trimestres do ano, o comércio entre China e ASEAN alcançou RMB 5,57 trilhões (US$ 763 bilhões), alta de 9,6% na comparação anual, segundo a Administração Geral de Alfândegas da China. A ASEAN segue como o maior parceiro comercial chinês.
Líderes empresariais apontam mudanças estruturais. Sunil Kaushal, co-chefe de bancos corporativos e de investimento do Standard Chartered, afirmou que investimentos em veículos elétricos, pagamentos digitais e marcas de consumo reforçam a integração das cadeias de suprimentos na região. Ele disse que essa dinâmica amplia o uso do RMB, o que permite maior previsibilidade nas transações.
Províncias chinesas com maior interação econômica com a ASEAN também anunciaram ações para aproveitar o novo ciclo de cooperação. Guangxi inaugurou, no dia da assinatura, a Estação de Serviços Empresariais da CAFTA 3.0, criada para orientar empresas sobre políticas e apoiar a expansão internacional.
Na mesma data, Nanning sediou uma conferência voltada ao alinhamento regulatório e à promoção comercial com foco na ASEAN. O evento apresentou políticas, resultados e exemplos de práticas empresariais para ajudar companhias a atender às exigências de conformidade.
Para Li Guanghui, diretor de assuntos acadêmicos da Escola de Economia China-ASEAN da Universidade de Guangxi, o protocolo deve aprofundar a integração das cadeias de produção e suprimentos e fortalecer a cooperação econômica entre as duas partes.
Lei Xiaohua, vice-diretora do Instituto de Estudos do Sudeste Asiático da Academia de Ciências Sociais de Guangxi, afirmou que a inclusão da economia digital, do comércio eletrônico transfronteiriço e da economia verde amplia as possibilidades de atualização e transformação da cooperação comercial.
Ela destacou que a coordenação de padrões e o reconhecimento mútuo de regras será um dos pontos centrais do arranjo 3.0, criando bases institucionais para operações mais eficientes e estáveis nas áreas digitais e no comércio tradicional.
Fonte: China Daily


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