Economia

China completa 15 anos na liderança da indústria manufatureira global

China manufatureira
Fonte da imagem: Guo Xulei/ Xinhua

A 137ª edição da Feira de Cantão foi inaugurada no dia 15 de abril, em Guangzhou, reunindo comerciantes de diversos países. Produtos da indústria manufatureira chinesa ocuparam os pavilhões, com destaque para a nova área de robôs de serviço, que reuniu 46 empresas e exibiu avanços em inteligência artificial, como robôs humanoides e cães-robôs. A área temática, com 4.200 metros quadrados, destacou o foco do país na integração entre tecnologia e produção, reforçando a posição da China como maior potência manufatureira do mundo, um posto que mantém há 15 anos, segundo a Agência Nacional de Estatísticas.

PIB cresce 5,4% e indústria impulsiona desempenho no trimestre

Dados divulgados, em 16 de abril, apontam que o Produto Interno Bruto da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. O valor totalizou RMB 31,8758 trilhões. Em comparação com o último trimestre de 2024, o crescimento foi de 1,2%.

A indústria em escala nacional cresceu 6,5% no período. Dentro desse resultado, a indústria de equipamentos avançados registrou alta de 10,9%, e a manufatura de alta tecnologia subiu 9,7%.

Segundo o vice-diretor da Agência Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun, a estrutura industrial completa da China e sua capacidade de integração sustentam o desempenho econômico e protegem o país de riscos externos.

Tecnologia, escala e cadeias de suprimento sustentam posição global

Para a economista Wan Zhe, professora da Universidade Normal de Pequim, quatro fatores explicam como a China manteve sua posição industrial por 15 anos consecutivos:

  • Sistema produtivo completo e forte capacidade de adaptação diante de riscos externos;
  • Avanços tecnológicos com maior investimento em pesquisa e integração de IA, big data e IoT;
  • Papel central nas cadeias globais de suprimento, sobretudo entre países da Iniciativa Cinturão e Rota;
  • Modernização da indústria com geração de empregos qualificados e valorização da força de trabalho.

Além disso, a especialista destaca a transição da China de seguidora para formuladora de regras no comércio internacional, com impacto direto nas normas que regem o mercado global.

Fast food vira sala de negócios na Feira de Cantão

Durante o evento, um cenário simbólico chamou atenção: o restaurante McDonald’s local ficou lotado por comerciantes estrangeiros, que aproveitaram o espaço para almoçar e negociar ao mesmo tempo. Com mais de cem assentos e dez balcões de atendimento, o local se transformou em ponto informal de negócios.

Para Wan Zhe, a cena revela mudanças profundas nas dinâmicas globais. A política tarifária dos Estados Unidos impulsionou a reorganização das cadeias produtivas e acelerou a “desamericanização” do comércio internacional.

A economista observa que, enquanto os EUA tentam redefinir regras comerciais por meio de tarifas, a China promove padrões alternativos nas áreas digital, verde e industrial. Para ela, a globalização não desapareceu, ela apenas está sendo redesenhada.

Fonte: news.southcn.com