Tecnologia

China avança na inovação e transforma sua indústria em “fábrica de cérebros”

China fábrica de cérebros
Fonte da imagem: Zhang Chenlin/ Xinhua

A China desenvolveu uma bateria flexível capaz de dobrar 20 mil vezes, um avanço nas baterias de estado sólido de íon-lítio, segundo informações divulgadas pelo portal Chinanews. O feito evidencia a transformação estrutural da indústria chinesa, que migra do foco na manufatura em larga escala para a inovação tecnológica.

Durante décadas, o rótulo “Made in China” representou produtos de baixo custo produzidos em larga escala. A força de trabalho massiva e a vantagem em custos permitiram que o país ocupasse, por 15 anos consecutivos, o primeiro lugar global em valor agregado da manufatura.

Hoje, a China aposta no conhecimento e na capacidade de inovação dos profissionais de ciência e tecnologia. A transição do “dividendo populacional” para o “dividendo de talentos” concentra-se especialmente nos engenheiros e pesquisadores, considerados a força motriz para transformar o país de “fábrica do mundo” em “fábrica de cérebros do mundo”.

O país construiu um sistema abrangente de formação e inovação em engenharia e ciência. Em 2010, o Ministério da Educação lançou o Programa de Formação de Engenheiros de Excelência, criando uma estrutura institucional para desenvolver talentos qualificados. Atualmente, a China mantém a maior força de trabalho em P&D do mundo e forma mais de 5 milhões de graduados por ano em áreas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Além disso, lidera a formação de pesquisadores de elite em inteligência artificial, segundo dados de think tanks internacionais.

O investimento em ciência e tecnologia sustenta os resultados. Em 2024, o total investido em P&D ultrapassou RMB 3,6 trilhões. O país lidera há cinco anos consecutivos publicações científicas de alto nível e pedidos internacionais de patentes. Em 2025, entrou pela primeira vez no top 10 do Índice Global de Inovação, mantendo a liderança entre economias de renda média e abrigando o maior número de aglomerações de inovação entre as 100 principais do mundo.

O conhecimento científico também impulsiona a indústria. A China possui 41 categorias industriais principais, 207 intermediárias e 666 subcategorias, abrangendo todas as categorias industriais reconhecidas pela ONU. Essa estrutura permite que engenheiros apliquem tecnologias em setores tradicionais, elevando automação e sustentabilidade, e desenvolvam indústrias emergentes como inteligência artificial, robótica e biotecnologia.

Ao contrário da força física, que diminui com o tempo, o trabalho intelectual se valoriza com a experiência, alimentando a inovação científica e a atualização industrial. O país atrai empresas multinacionais para cooperação tecnológica em áreas como veículos elétricos, baterias e energia solar, consolidando o princípio de “tecnologia chinesa, benefício global”.

A transformação da China de “fábrica do mundo” para “fábrica de cérebros do mundo” representa uma revolução industrial baseada em conhecimento e inovação. O país passa a oferecer não apenas produtos de baixo custo, mas tecnologias avançadas, bens de alto valor agregado e contribuições significativas para o progresso científico global.

Fonte: china news