O Instituto de Planejamento e Design de Recursos Hidráulicos e Hidrelétricos da China divulgou, em 28 de maio, o Relatório Anual de Desenvolvimento de Energias Renováveis da China 2024. O documento projeta um aumento de 280 milhões de quilowatts (280 GW) na capacidade instalada de energia eólica e solar até o final de 2025.
A estimativa considera a entrada em operação de grandes bases de geração nas regiões de deserto, áreas pedregosas e áridas, além da expansão de projetos híbridos que integram energia hídrica, eólica e solar. O relatório também destaca o avanço da energia eólica offshore em águas profundas e distantes da costa, bem como a rápida expansão de projetos distribuídos em zonas urbanas e rurais.
Durante a coletiva de imprensa no mesmo dia, o vice-diretor da Administração Nacional de Energia, Wan Jinsong, afirmou que a China deve acrescentar 370 GW de capacidade renovável em 2024, o que representa mais de 60% da expansão global prevista. Segundo ele, o país já concluiu a primeira fase das bases em regiões desérticas e iniciou projetos-piloto de energia eólica offshore em áreas profundas. Wan também informou que a maior turbina eólica offshore do mundo, com 26 MW, foi concluída, e que as células solares tipo N já dominam o mercado.
A China também lançou projetos de demonstração como “energia eólica offshore +” e produção de hidrogênio a partir da energia eólica em alto-mar. Além disso, a promulgação da nova Lei de Energia e a revisão da Lei de Energias Renováveis fortaleceram o sistema de certificação verde.
O relatório projeta que 2025 será um ano-chave para atingir o pico de emissões de carbono e estruturar um novo sistema energético. A capacidade instalada de energia hidrelétrica convencional deve crescer cerca de 5 GW, com mais 9 GW aprovados para construção. Usinas reversíveis devem alcançar 8 GW de capacidade instalada e até 50 GW em projetos autorizados. A geração eólica conectada à rede deve ultrapassar 80 GW, e a solar, 200 GW.
Zhang Yiguo, vice-diretor do instituto responsável pelo relatório, afirmou que o país está ampliando os corredores de transmissão de ultra-alta tensão e as redes inteligentes. Segundo ele, esse movimento busca aumentar a capacidade de absorção interregional das energias renováveis. Usinas reversíveis e novos sistemas de armazenamento estão em construção para garantir estabilidade à rede elétrica.
O relatório também aponta avanços em redes integradas, usinas virtuais e modelos que integram geração, transmissão, consumo e armazenamento. A reforma do mercado elétrico avança, e fontes renováveis, novos sistemas de armazenamento e usinas virtuais devem entrar mais rapidamente no mercado.
No entanto, o setor enfrenta desafios. A ocupação intensiva de terras e mares pressiona o uso de recursos naturais. Há dificuldades na absorção da energia gerada e incertezas nos retornos sobre os investimentos.
Wan Jinsong pediu que o setor avance na integração industrial, com foco em soluções que considerem as especificidades das fontes renováveis. Ele defendeu reformas institucionais, regulação para a energia solar distribuída, hidrelétricas reversíveis e um modelo de tarifação baseado no mercado.
Fonte: news.cn
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