O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, afirmou nesta quinta-feira (1º) que os Estados Unidos continuam a representar a principal ameaça cibernética à China. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa, após a divulgação de um relatório da Associação Chinesa de Segurança no Ciberespaço.
O documento aponta que, em 2024, grupos estrangeiros de Ameaça Persistente Avançada (APT), com apoio estatal, realizaram mais de 600 ataques cibernéticos contra instituições chinesas. As ações miraram infraestruturas críticas e sistemas de informação sensíveis. Segundo o levantamento, os EUA utilizaram países como Alemanha, Coreia do Sul, Singapura e Países Baixos como intermediários para viabilizar os acessos.
Guo afirmou que o relatório traz novas evidências de que o governo norte-americano conduz operações cibernéticas ofensivas contra a China. Ele criticou o que chamou de “hipocrisia dos EUA” ao acusar outros países de práticas que também adota.
“A China continuará a tomar as medidas necessárias para salvaguardar sua própria segurança cibernética”, declarou o porta-voz, ao reforçar que o país prioriza a proteção de sua infraestrutura digital. Ele também destacou que os ataques ocorreram com o envolvimento de aliados estratégicos dos EUA, tanto na Europa quanto na Ásia.
Para Guo, a segurança cibernética deve ser tratada como uma responsabilidade coletiva, baseada em diálogo e cooperação internacional, e não usada como instrumento de confronto geopolítico.
O episódio se soma a uma série de disputas que envolvem não apenas questões digitais, mas também políticas comerciais e estratégias de influência global.
Em julho de 2025, o governo dos Estados Unidos anunciou novas tarifas sobre produtos brasileiros, especialmente do setor agrícola, sob a justificativa de proteger sua indústria interna. A medida gerou reação contrária de parceiros comerciais, inclusive da China, que tem fortalecido laços comerciais com o Brasil.
Fonte: The Paper
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