Empreendedorismo

BMW e Audi reduzem descontos na China em resposta a perdas causadas por guerra de preços

BMW e Audi
Fonte da imagem: Yang Guanyu/ Xinhua

BMW e Audi estão diminuindo os descontos oferecidos na China neste trimestre, adotando mudanças estratégicas como o fim de metas de vendas e a redução das exigências de estoque para os concessionários. Essas ações vêm após severas perdas decorrentes da intensa competição de preços no maior mercado automotivo do mundo. As informações são do portal chinês, Yicai Global.

BMW China e BMW Brilliance Automotive, a joint venture da montadora alemã no país, cancelaram as avaliações de vendas para concessionários no leste da China, conforme informado ao Yicai. Essa medida aliviou a pressão sobre os concessionários, resultando em uma redução média dos descontos em 13.000 yuans (US$ 1.790) por veículo.

Após a última rodada de cortes de preços em maio, os preços da linha i3 da BMW caíram entre 150.000 yuans (US$ 20.660) e 200.000 yuans (US$ 27.550), enquanto a linha i5 teve redução de 100.000 yuans (US$ 13.780) para 339.900 yuans (US$ 46.830).

Em maio, a BMW introduziu diversas políticas de redução de subsídios para suas lojas 4S (vendas, peças de reposição, serviços e pesquisa). Entre elas, um desconto de 3% para aliviar a pressão de fluxo de caixa dos concessionários, uma redução da taxa de multas por pagamentos atrasados para 2,5% e a diminuição pela metade das taxas de demurrage de veículos.

Audi também anunciará políticas para reduzir metas de vendas e estoques dos concessionários, informou um vendedor de uma loja 4S da marca ao Yicai. Essa mudança deve resultar em descontos mais moderados.

As montadoras não podem controlar os preços finais devido às leis antitruste, disse Li Yanwei, especialista da Associação de Concessionários de Automóveis da China. No entanto, podem influenciar os preços finais ajustando a estrutura de volume de fornecimento e as metas de vendas dos concessionários, observou Li.

No mês passado, os concessionários enfrentaram intensa pressão de estoque, de acordo com a CADA. O Índice de Alerta de Estoque de Veículos para concessionários de marcas de luxo e importadas subiu 5,8 pontos percentuais para 66,4% em junho. O índice para marcas de joint venture e fabricantes independentes chineses aumentou 4,6 pontos e 1,5 pontos para 60,8% e 61,5%, respectivamente. O limiar de alerta é de 50%.

Os descontos oferecidos pela BMW Brilliance e FAW Audi Sales chegaram a 26% em maio, segundo a analista de mercado automotivo Zhiyun Souche. Outras joint ventures chinesas de montadoras de luxo estrangeiras, como Beijing Benz Automotive e Chery Jaguar Land Rover Automobile, também reduziram seus preços em até 42% no período.

Apesar dos grandes descontos, as vendas da BMW na China caíram 4,2% para 375.900 unidades no primeiro semestre em comparação com o ano anterior. A Volkswagen Group, empresa-mãe da Audi, não divulgou os dados de vendas da Audi na China, mas mencionou que suas vendas totais no país caíram 7,4% para 1,35 milhão de unidades. As vendas globais da Audi diminuíram 8,2%.

Os dois modelos mais vendidos no segmento de carros acima de 300.000 yuans na China foram o Model Y da Tesla e o Aito M7, co-desenvolvido pelo Seres Group e pela Huawei Technologies, ambos veículos de nova energia.

Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Yicai Global