Empreendedorismo

Apple reforça parceria com fornecedores chineses em exposição sobre cadeia de suprimentos

Apple fornecedores chineses
Fonte da imagem: Li Jing/ Xinhua

Em 16 de julho, teve início a terceira edição da Exposição Internacional da Cadeia de Suprimentos da China (CISCE), evento voltado à integração industrial e à colaboração entre empresas globais. A Apple participou da feira ao lado de três fornecedores chineses, Sunwoda, Shandong Innovation e JUSTECH, e apresentou projetos em manufatura inteligente, sustentabilidade e capacitação de funcionários.

Segundo a Apple, mais de 80% dos seus 200 principais fornecedores mantêm operações industriais na China. Esses parceiros produzem dispositivos como iPhone, iPad, Mac, AirPods, Apple Watch e o Apple Vision Pro. Em 2021, quando a empresa participou da primeira edição do evento, 151 fornecedores já operam fábricas no país.

Cui Yushan, vice-presidente de Compras e Gestão de Operações da Apple na Ásia, afirmou ao jornal The Paper que o lançamento de produtos como o Vision Pro e os novos modelos de iPhone aumentou a complexidade das etapas de fabricação. Segundo ela, isso elevou os requisitos técnicos da cadeia de suprimentos e abriu novas oportunidades para o setor industrial.

Na área de manufatura inteligente, Cui destacou os avanços em automação, digitalização e produção flexível. De acordo com a executiva, a Apple e seus fornecedores utilizam dados em larga escala e modelos de inteligência artificial para monitorar e ajustar parâmetros da produção em tempo real. Algumas empresas também implementaram a tecnologia de gêmeos digitais, que permite simular ambientes produtivos e identificar falhas remotamente.

Ela também citou a substituição de componentes importados por soluções desenvolvidas localmente. A JUSTECH, por exemplo, exibiu um braço robótico com integração vertical e peças produzidas na China, incluindo sistema de visão e software. Já a Shandong Innovation apresentou uma tecnologia para separar plástico e alumínio durante o processo de reciclagem, com aplicação direta em escala industrial.

Nos últimos cinco anos, a Apple investiu mais de US$20 bilhões em projetos de manufatura inteligente e sustentável na China. Durante a exposição, a Sunwoda apresentou uma linha de transporte por levitação magnética projetada internamente. O sistema aumentou a velocidade de movimentação, a precisão de posicionamento e a reutilização de equipamentos, em comparação com tecnologias convencionais. A empresa também demonstrou uma fábrica digital de baterias de lítio baseada em gêmeos digitais, com recursos de monitoramento em tempo real, diagnóstico remoto e otimização adaptativa.

A JUSTECH levou à feira um equipamento de montagem de micro anéis tipo “O”, que utiliza controle de alta precisão e sistemas automatizados para atender aos padrões de vedação exigidos nos produtos da Apple. Outro destaque foi o braço robótico APE, que também substitui importações e é fabricado com componentes locais.

Na área ambiental, a Shandong Innovation desenvolve alumínio reciclado usado nas partes internas e externas dos dispositivos Apple. Em parceria com a empresa, criou equipamentos para separação de alumínio e plástico, além de tecnologias para purificação de materiais reaproveitados. Esse processo permitiu a produção do primeiro Mac Mini com pegada de carbono neutra.

A Apple afirmou que prioriza a construção de uma cadeia de suprimentos circular. A estratégia inclui a reutilização de materiais provenientes de produtos descartados e resíduos industriais, reduzindo a necessidade de extração de matérias-primas e promovendo economia de energia.

Em 2024, 24% dos materiais usados nos produtos da marca têm origem reciclada ou renovável. A previsão é que, até o fim do ano, 100% do cobalto utilizado nas baterias seja reciclado. No iPhone 16, as baterias já contêm 100% de cobalto e mais de 95% de lítio provenientes de fontes recicladas. A Sunwoda atua como parceira nesse processo.

Cui Yushan afirmou que a manufatura inteligente chinesa está entre as mais avançadas globalmente. Para ela, a produção de dispositivos como Vision Pro e iPhone no país confirma a capacidade técnica da indústria local.

Ge Yue, vice-presidente da Apple e diretora-geral para a Grande China, ressaltou a importância da qualificação profissional em um cenário de crescente digitalização. Segundo ela, a Apple oferece treinamentos para funcionários de fornecedores, com foco em automação, programação, gestão e saúde.

Ge concluiu que a Apple continuará expandindo sua presença na China, por meio de investimentos, inovação e parcerias com fornecedores locais.

Fonte: The Paper