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Após piloto no litoral, Keeta chega a São Paulo sem contratos de exclusividade e capacete inteligente para ciclistas

Capacete inteligente Keeta
Capacete inteligente da Keeta/ China2Brazil

Depois do sucesso do projeto piloto em Santos e São Vicente, a Keeta, braço internacional da chinesa Meituan, iniciará sua operação em São Paulo a partir de 1º de dezembro. A empresa traz para a capital o capacete inteligente, desenvolvido inicialmente para ciclistas. O piloto da marca no Brasil, iniciado em 30 de outubro, registrou 1.600 restaurantes cadastrados e 4.700 entregadores parceiros na Baixada Santista.

A operação em São Paulo começará pela capital e por oito municípios da região metropolitana: Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André, Osasco, Diadema, Itaquaquecetuba, Barueri e São Caetano do Sul. Com a entrada em São Paulo, a Keeta projeta expandir sua atuação para mais de 15 regiões metropolitanas até meados de 2026 e alcançar cobertura em mais de 1 mil municípios até 2030. O plano inclui investir R$1 bilhão na operação paulista.

Além da expansão na cidade paulista, a companhia destacou os resultados técnicos do piloto. Seu sistema de rastreamento registrou mais de 90% de precisão nas entregas, índice que, segundo a Keeta, está acima dos concorrentes e reduz desencontros além de facilitar o atendimento ao cliente. A plataforma também oferece canal direto de comunicação entre entregadores e restaurantes, permitindo ajustes rápidos em pedidos e retirada de itens.

A Keeta afirma que não adota contratos de exclusividade com restaurantes e entregadores. Segundo a empresa, esse modelo busca ampliar a concorrência, aumentar o fluxo de pedidos e permitir que cada parceiro escolha como operar.

Durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo, a companhia apresentou o capacete inteligente criado para apoiar os entregadores. O dispositivo conecta-se ao celular por Bluetooth e ativa-se de forma automática. Ele permite que o entregador receba chamadas e instruções de rota sem tocar no telefone. O equipamento também tem sensores que detectam quedas e enviam alertas para a plataforma.

Além do capacete, a Keeta apresentou o mascote Kiki. Tony Qiu, presidente de operações internacionais da Keeta, explicou que o personagem é inspirado em um guepardo (animal conhecido pela velocidade) e, segundo Tony Qiu, simboliza a busca da Keeta por entregas rápidas com eficiência.

A Keeta afirma que o objetivo do conjunto de ferramentas de segurança é reduzir acidentes e agilizar pedidos de socorro. “Se o pedido atrasar mais de 15 minutos, vamos oferecer um cupom fora do pacote e fora da plataforma. Para cumprir isso, não pedimos que o motorista dirija mais rápido — a segurança é prioridade. A estratégia é melhorar o algoritmo para que o motorista não perca tempo esperando no restaurante”, disse Tony Qiu.

Capacete inteligente Keeta
Tony Qiu, presidente de operações internacionais da Keeta em coletiva de lançamento em São Paulo/ China2Brazil

Representantes do governo paulista e do consulado chinês participaram da coletiva. O secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Rodrigo Goulart, destacou que a administração pediu priorização da segurança no trânsito e no trabalho dos entregadores durante as negociações de entrada da empresa na cidade. “A gente pediu para a Keeta não só se estabelecer na cidade de São Paulo, mas, principalmente, pensar na segurança do cidadão paulistano — do cidadão que anda e trafega pelas ruas e também de quem trabalha como entregador,” disse.

A Meituan, controladora da Keeta, é a maior empresa de delivery de comida do mundo em número de pedidos. Atende cerca de 770 milhões de usuários por ano e opera mais de 80 milhões de transações diárias na China. No Brasil, a empresa busca aumentar a confiabilidade do serviço para consumidores e elevar a receita dos restaurantes com ferramentas de marketing e repasse financeiro em até sete dias, sem cobrança de tarifas.