A China passou a aplicar, em 1º de dezembro de 2025, a norma GB17761-2024, que redefine os critérios de segurança e uso das bicicletas elétricas de duas rodas e inaugura uma nova fase de concorrência no setor. Com limites técnicos mais rígidos, a regulamentação desloca a disputa entre fabricantes para a chamada inteligência embarcada — conjunto de sistemas digitais integrados ao veículo, responsáveis por funções como conectividade, segurança e controle eletrônico.
A nova norma encerra a comercialização de modelos enquadrados no padrão anterior e estabelece a velocidade máxima de 25 km/h. Ao atingir esse limite, o sistema deve interromper automaticamente a assistência do motor, sem acionar os freios. A regulamentação também limita a 5,5% a proporção de componentes plásticos em relação ao peso total do veículo. O objetivo é reforçar o uso das bicicletas elétricas em deslocamentos urbanos curtos e coibir modificações ilegais.
Ajuste inicial do mercado
No primeiro mês após a implementação da norma, o mercado registrou instabilidade. O aumento dos requisitos técnicos elevou os custos de produção, pressionou os preços finais e levou parte dos consumidores a adiar a compra. Ao mesmo tempo, usuários acostumados a modelos mais rápidos demonstraram preocupação com as novas limitações de velocidade e peso.
Dados da All View Cloud mostram que o mercado manteve crescimento ao longo de 2025, com 32,325 milhões de unidades vendidas no primeiro semestre, alta de 29,5% na comparação anual. No entanto, em novembro, mês anterior à entrada em vigor da nova norma, as vendas internas caíram 28,7%, para 2,21 milhões de unidades.
Reclamações pontuais de consumidores circularam nas redes sociais, envolvendo assentos metálicos, ausência de banco traseiro e receio de frenagem ao atingir 25 km/h. Fabricantes e entidades do setor afirmaram que os casos não representam o padrão da indústria. Segundo a Associação Chinesa de Bicicletas, mais de 70% dos modelos compatíveis com a nova norma já oferecem assento traseiro adequado, e o corte de assistência não provoca frenagem brusca.
Inteligência vira eixo da concorrência
Com velocidade e potência padronizadas, a competição no setor migrou do desempenho para a inteligência embarcada. Conectividade, segurança digital e experiência do usuário passaram a definir a diferenciação entre marcas.
A Ninebot lidera esse movimento. Em agosto de 2025, lançou o sistema operacional NimbleOS, que integra motor, bateria e sensores. A empresa informou vendas superiores a 9 milhões de unidades em 2025, com crescimento de 35% na receita e 28% no lucro líquido, impulsionados por produtos inteligentes.
Outras fabricantes aceleraram a digitalização. A NIU equipou toda a sua linha com telas inteligentes e monitoramento remoto, enquanto marcas tradicionais como Yadea e AIMA passaram a oferecer sistemas de conectividade e diagnóstico em todos os modelos.
Fonte: tmtpost.com


Adicionar Comentário