Cientistas chineses analisaram 413 pegadas de dinossauros terópodes do Jurássico Inferior encontradas em Sichuan e descreveram a diversidade, a locomoção e o comportamento desses animais. O estudo foi publicado em 28 de novembro na revista Acta Palaeontologica Sinica.
As pegadas foram identificadas em 2017 na vila de Wuli, cidade de Yongnian, condado de Fushun, em Zigong (Sichuan). Moradores localizaram placas de pedra com marcas semelhantes a garras. As peças foram transferidas para um museu e, depois disso, uma equipe formada pelo Museu de Dinossauros de Zigong, pela Universidade de Geociências da China (Pequim) e por outras instituições iniciou a análise detalhada do material.
Segundo o pesquisador Xing Lida, professor associado da Escola de Ciências da Terra e Recursos da Universidade de Geociências da China (Pequim), o estudo examinou oito placas de pedra com 413 pegadas tridáctilas. As marcas apresentam alta densidade e mostram que a maioria pertence ao dinossauro Cyclops, com comprimento médio de 14,5 centímetros. As pegadas exibem almofadas digitais circulares e marcas de garras. Outras pegadas maiores foram atribuídas a Sauropoda, incluindo um exemplar de 22,5 centímetros.
A equipe realizou medições precisas e análises biomecânicas. Os resultados indicam que esses pequenos terópodes se deslocavam com uma marcha semelhante à corrida no solo observada em aves atuais, com velocidade entre 5,8 e 8,6 km/h.
Os pesquisadores também registraram imagens 3D de múltiplos vestígios no fóssil e identificaram várias marcas de cauda associadas às pegadas. Essas marcas têm entre 20 e 40 centímetros de comprimento e entre 2 e 3 centímetros de largura. Elas foram classificadas como impressões deixadas pela cauda do animal ao tocar o solo.

Xing afirma que marcas de cauda de dinossauros bípedes são raras e alvo de debate. Ele considera que os registros podem ter sido produzidos quando os terópodes caminhavam lentamente, faziam pausas ou adotavam posturas agressivas durante interações em áreas costeiras ou próximas a lagos.
O pesquisador avalia que o achado amplia o conhecimento sobre a fauna do Jurássico Inferior da Bacia de Sichuan e representa um exemplo asiático de tipos de pegadas registradas em diversas regiões do mundo. Ele também aponta que as evidências sugerem capacidades de locomoção comparáveis às de aves atuais e comportamentos mais complexos do que o esperado, o que contribui para a reconstrução dos ecossistemas da época.
Fonte: stdaily


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