No evento paralelo “Construindo Cidades Verdes, Bonitas e de Baixo Carbono”, realizado no Pavilhão da China durante a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), uma tecnologia chinesa de rastreamento espacial das emissões de carbono, chamada GIS-LCA (Avaliação do Ciclo de Vida Baseada em Localização Geográfica), recebeu atenção internacional. Desenvolvida pelo Instituto de Bioenergia e Biotecnologia de Qingdao, da Academia Chinesa de Ciências, sob orientação de órgãos nacionais, a tecnologia foi apresentada como coorganizadora do evento, oferecendo uma solução chinesa para aprimorar o sistema global de gestão da pegada de carbono.
Sistema nacional de contabilização de carbono avança com padrões localizados
As cidades respondem por mais de 70% das emissões globais de dióxido de carbono. Para fortalecer a gestão da pegada de carbono, 15 departamentos chineses, incluindo o Ministério da Ecologia e Meio Ambiente, publicaram em 2024 o “Plano de Implementação para o Estabelecimento de um Sistema de Gestão da Pegada de Carbono”. O documento define a construção de um sistema de contabilização adequado às condições nacionais. Nesse contexto, o GIS-LCA se tornou ferramenta técnica para a norma nacional GB/T 24067-2024, que estabelece requisitos e diretrizes para a quantificação da pegada de carbono de produtos.
Segundo Tian Yajun, do Instituto de Energia de Qingdao, “a precisão da contabilização de carbono é um desafio global. A China possui diferenças significativas na estrutura energética e industrial entre regiões, exigindo métodos de contabilização mais refinados”. O GIS-LCA integra sistemas de informação geográfica à avaliação do ciclo de vida, permitindo rastreabilidade espacial compatível com padrões internacionais e adaptada à realidade chinesa.
Aplicações práticas em cidades e indústrias
A tecnologia se destacou na cidade de Zibo, província de Shandong, ao calcular o primeiro fator de emissão de carbono da geração de energia elétrica em nível municipal na China. A medição alcançou 100% de correspondência nas dimensões espacial, temporal e tecnológica, oferecendo suporte técnico para empresas locais alinharem-se às normas internacionais e fortalecendo a participação das cidades chinesas no comércio verde global.
Outros exemplos incluem:
- Yueqing e Cixi (Zhejiang): elaboração de mapas da pegada de carbono industrial para mais de 1.000 empresas, orientando a modernização verde do setor de eletrodomésticos.
- Chongqing: incorporação do GIS-LCA no “Código de Eficiência Verde Industrial 2.0” para avaliação precisa das emissões corporativas.
- Shenze (Hebei): construção de um sistema de gestão da pegada de carbono da cadeia de biodiesel, criando a marca verde regional “Shenze – Cidade da Biotecnologia”.
- Planejamento urbano: plataforma de simulação de transformação urbana baseada em GIS-LCA permite prever e otimizar estrutura energética e emissões de carbono.
Resultados concretos na COP30
No Pavilhão da China, mesas e cadeiras recicladas, fabricadas a partir de baterias de lítio descartadas e placas de circuito impresso, atingiram 95% de reciclagem de matéria-prima. O rastreamento da pegada de carbono pelo GIS-LCA reduziu em 67,5% as emissões comparadas a processos tradicionais, segundo verificação do SGS. Tian Yajun comentou: “Cada grama de carbono recebe um ‘cartão de identificação espacial’, permitindo rastrear o ciclo de vida completo do produto”.
Reconhecimento internacional e certificação
Em julho de 2025, o Secretário-Geral da ISO, Sergio Mujica, visitou o Instituto de Energia de Qingdao e reconheceu o valor e o potencial de aplicação do GIS-LCA. A tecnologia recebeu certificação de conformidade com normas internacionais pelo grupo alemão Rheinland TV, demonstrando aceitação crescente no mercado global e oferecendo suporte técnico para empresas reduzirem custos e aumentarem a competitividade ambiental.
Plataforma tecnológica aberta para economia de baixo carbono
O GIS-LCA consolidou um sistema “seis em um”, integrando métodos, padrões, ferramentas, dados, certificação e aplicações, com resultados em diversas regiões. Tian Yajun afirmou que a meta é transformar a tecnologia em plataforma aberta para apoiar a redução de carbono em cidades e regiões em diferentes estágios de desenvolvimento global.
O evento paralelo, organizado pelo Centro de Divulgação e Educação do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente e coorganizado pelo Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa, CGTN, Universidade Tsinghua e Instituto de Energia de Qingdao, reuniu mais de 80 representantes internacionais.
Fonte: gmw


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