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Alibaba aposta em IA nativa no Quark para competir com Google e OpenAI

Alibaba IA Quark
Fonte da imagem: Alibaba Cloud/ Divulgação

O navegador Quark, da Alibaba, integrou o modelo Qwen AI ao sistema e entrou na disputa internacional dos navegadores com inteligência artificial. A chegada ocorre no momento em que o Google reforça a presença do Gemini no Chrome e a OpenAI lança o Atlas. A Alibaba busca ampliar a presença no setor ao transformar o Quark em um navegador com IA integrada em nível sistêmico.

O avanço do Quark se explica pela combinação entre o navegador e o Qwen, modelo de linguagem da Alibaba que ganhou destaque em comunidades de código aberto e venceu recentemente uma competição de simulação de investimentos. A empresa reuniu as capacidades multimodais do modelo no assistente Qwen AI, que passou a operar de forma nativa no navegador.

Nos testes, o Quark se comporta menos como uma atualização e mais como um módulo de IA incorporado ao sistema. A integração aparece no Kit Qwen AI, conjunto de seis ferramentas acionadas em qualquer página ou aplicativo: barra lateral, leitura de tela, atalho rápido, seleção inteligente, captura de tela e um botão flutuante.

A barra lateral resume páginas, responde perguntas e explica conteúdos em segundos. A leitura de tela interpreta textos, vídeos e conversas diretamente da superfície visualizada. A captura permite identificar imagens e obter explicações imediatas. A seleção inteligente traduz, resume ou explica qualquer trecho do site acessado. O botão flutuante ativa a IA fora do navegador e o atalho Alt + Espaço (ou Option + Espaço, no Mac) abre um campo rápido de interação.

Esses recursos reduzem tarefas comuns, como baixar arquivos para enviá-los a um assistente. O navegador processa documentos, gera apresentações, converte formatos e edita PDFs sem exigir softwares adicionais.

A estratégia contrasta com navegadores que apenas adicionam plug-ins de IA. O Quark optou por integrar a IA em nível estrutural e transformar o navegador no ponto central de interação do usuário com o computador. O sistema de abas reorganiza páginas automaticamente e o Quark Drive sincroniza arquivos entre dispositivos. Além disso, o navegador opera sem VPN, o que amplia o acesso a usuários na China.

A entrada nessa disputa ocorre durante uma mudança mais ampla no comportamento de busca. A Gartner estima que, até 2026, as buscas tradicionais devem cair 25% e serem substituídas por agentes virtuais. O mercado global de navegadores com IA pode ser 17 vezes maior em 2034 do que em 2024, segundo a Market.us.

Nesse contexto, os navegadores buscam entregar IA diretamente na origem, sem depender de que o usuário procure ferramentas externas. A Alibaba aposta que a integração profunda do Quark com o Qwen cria um diferencial frente ao Chrome e ao Atlas.

A experiência de uso indica transição para um modelo no qual a IA executa tarefas em qualquer parte do sistema e não apenas no navegador. A tendência aponta para um cenário em que um único navegador com IA pode substituir grande parte das funções tradicionais do computador.

Com a integração completa do Qwen AI e a oferta de ferramentas universais, o Quark assume um lugar relevante na corrida global. Resta observar como navegadores chineses evoluirão em um setor dominado por empresas dos Estados Unidos.

Fonte: sina.com.cn