Em 24 de novembro, o Instituto de Geologia e Geofísica da Academia Chinesa de Ciências informou que a equipe liderada pelo professor Qi Shengwen analisou amostras de solo coletadas pela sonda Chang’e 6 e esclareceu o mecanismo físico que explica a alta viscosidade do solo no lado oculto da Lua. O estudo, publicado em Nature Astronomy, detalha como as propriedades das partículas influenciam o comportamento do regolito.
A equipe mediu com precisão o ângulo de repouso do regolito (indicador que mostra como materiais granulares fluem) usando experimentos com funil fixo e rolo. As análises mostraram que o solo trazido pela Chang’e 6 apresenta um ângulo de repouso maior que o de amostras do lado visível da Lua, o que indica fluxo mais próximo ao de solos coesivos da Terra.
Segundo Qi Shengwen, partículas mais finas tendem a ser esféricas, mas as amostras da Chang’e 6 apresentam formas irregulares. Os pesquisadores atribuem essa diferença ao alto teor de minerais feldspáticos frágeis (cerca de 32,6%) e ao intemperismo espacial mais intenso no lado oculto. Essas condições ampliam o efeito do atrito, das forças de van der Waals e das forças eletrostáticas, o que aumenta o ângulo de repouso e, por consequência, a viscosidade.
O estudo apresenta, pela primeira vez, uma explicação completa para o comportamento coesivo do regolito lunar sob a ótica da mecânica das partículas. As conclusões dão suporte científico a futuras missões e ao planejamento de infraestrutura lunar.
Com o avanço dos programas de exploração de espaço profundo da China, os autores afirmam que as descobertas oferecem base teórica para projetos de uso de recursos lunares e para pesquisas sobre possíveis instalações na superfície da Lua.
Fonte: news.china


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