A China aumentou as exportações de turbinas eólicas e células solares entre janeiro e outubro deste ano, segundo a Administração Geral das Alfândegas. O país vendeu ao exterior RMB 10,33 bilhões em turbinas eólicas, alta de 44,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, e exportou 10,56 bilhões de células solares, crescimento de 69,7%. As vendas de equipamentos de energia limpa consolidaram-se como uma das principais categorias do comércio exterior chinês.
Na costa nordeste do Reino Unido, está previsto para os próximos anos o uso da maior estaca de fundação para energia eólica offshore já produzida. Em Penglai, Shandong, uma empresa com 18 anos de atuação no setor prepara a entrega de um lote de estacas destinado a parques eólicos europeus. As peças têm 11,5 metros de diâmetro e mais de 100 metros de comprimento, e dependem de processos de manufatura avançada e soldagem com precisão de milímetros. A empresa afirma que, há poucos anos, concentrava a produção no mercado doméstico; hoje, 80% da fabricação segue para exportação.
As estacas, instaladas no fundo do mar, sustentam turbinas submetidas à ação contínua de ventos e ondas. Elas exigem precisão entre componentes e alto rigor técnico. Neste ano, a empresa recebeu um pedido da Alemanha para estacas sem seção de transição, padrão mais complexo do mercado europeu. Para cumprir o contrato, a companhia desenvolveu uma tecnologia própria de soldagem submersa com múltiplos fios e espaço semi-estreito.
Após sucessivas transformações tecnológicas, a empresa registrou mais de 300 patentes relacionadas à energia eólica offshore e tornou-se a única fornecedora chinesa capaz de atender às normas europeias para estacas de grande porte. A empresa detém mais de 20% do mercado europeu e calcula que seus produtos reduzem cerca de 30 milhões de toneladas de emissões de carbono por ano. Atualmente, avança em pesquisas de equipamentos para operações em mar profundo, com foco em plataformas flutuantes e no primeiro projeto comercial previsto para 2027.
Para transportar equipamentos que ultrapassam 11,5 metros de diâmetro, 100 metros de comprimento e 2.000 toneladas, Penglai adotou um novo modelo logístico: o carregamento direto no porto. Nele, os pilares saem da fábrica para o cais e seguem diretamente para os navios, sem depender do transporte rodoviário.
O vice-chefe da Alfândega de Penglai, Yu Zhaoxu, explicou que o transporte por estrada limitava o crescimento das empresas, devido ao tamanho das peças e ao custo elevado. Agora, com os cais exclusivos, as cargas passam por inspeção no próprio porto e seguem para exportação com maior rapidez.
A mudança reduziu o tempo entre a saída da fábrica e o embarque. O processo, que antes durava 9 dias, agora leva 5 dias. A eficiência ampliou a capacidade das empresas de lidar com equipamentos maiores e mais pesados. Atualmente, 12 berços de três empresas locais estão autorizados para operações de comércio exterior.
Com a estratégia nacional de metas de carbono, o comércio verde chinês passou de exportação de equipamentos para exportação a soluções completas. Países do Sudeste Asiático e da América do Sul adotam sistemas chineses para enfrentar desafios de energia e ampliar o uso de fontes renováveis.
Em Yantai, Shandong, um laboratório de micro-redes monitora o funcionamento da rede elétrica de arquipélagos das Maldivas. A empresa responsável instalou medidores inteligentes em 2021 e identificou até dez quedas de energia por dia, com uso predominante de geradores a diesel. A partir disso, propôs a construção de uma rede integrada de geração, armazenamento e controle.
Segundo Zhu Guangshuai, diretor de serviços para projetos no exterior, clientes locais desconfiaram do sistema no início. Após a instalação, o sistema passou a suprir toda a demanda de energia de uma das ilhas. Hoje, mais da metade da equipe é composta por moradores locais, e a operação de energia solar e eólica foi totalmente localizada.
O engenheiro-chefe Zhao Zhengcong afirma que a empresa abriu escritórios em países estratégicos, como a Tailândia, para consolidar presença regional.
Wang Yanming, vice-chefe da Divisão de Gestão de Empresas da Alfândega de Yantai, disse que o órgão ampliou a certificação avançada de empresas de energia limpa. Ele afirmou que companhias certificadas como AEO têm taxas de inspeção 20% menores e acesso a processos de desembaraço mais rápidos.
Fonte: news.cctv.com


Adicionar Comentário