A China Mobile anunciou um plano para ampliar sua atuação em inteligência artificial (IA) e construir a maior infraestrutura inteligente do país até o fim de 2028. O projeto faz parte da estratégia “AI+”, apresentada durante a Conferência Global de Parceiros da empresa, e prevê o dobro de investimentos no setor e a formação de um ecossistema industrial avaliado em trilhões de yuans.
O movimento ocorre após o Conselho de Estado da China divulgar as “Diretrizes para a Implementação Profunda da Ação ‘Inteligência Artificial+’”, que traçam metas nacionais de digitalização em etapas. Até 2027, o país espera que mais de 70% dos dispositivos inteligentes e agentes automatizados estejam em uso. Em 2030, a taxa deve superar 90%, consolidando a economia inteligente como motor de crescimento. Até 2035, a China pretende atingir um estágio de ampla integração da IA na economia e na sociedade.
As diretrizes determinam que órgãos públicos e empresas estatais liderem a criação de ambientes de teste e aplicação, reforcem a infraestrutura de computação, algoritmos e dados, e ampliem o treinamento de profissionais especializados.
No evento, a China Mobile lançou a Aliança Ecológica “AI+”, que reúne empresas e instituições para acelerar a aplicação prática da IA em larga escala. Segundo o presidente da companhia, Yang Jie, a meta é integrar modelos, dados e capacidade computacional em um ecossistema colaborativo. Ele afirmou que a empresa vai expandir o uso de IA em conjunto com o 5G-A e o futuro 6G, além de aprimorar a integração entre nuvem e computação inteligente.
O plano inclui a criação de conjuntos de dados setoriais, o avanço do modelo multimodal “JiuTian”, e o desenvolvimento de modelos específicos para diferentes indústrias. A empresa também pretende ampliar o consumo de serviços inteligentes, por meio da plataforma “Lingxi”, e investir em áreas emergentes como robótica, veículos conectados e dispositivos inteligentes.
Entre os novos serviços, estão soluções voltadas à saúde, educação e gestão pública, como o AI Doctor, AI Nanny, AI Teacher e AI Director. A empresa criará ainda um centro unificado de governança de IA, com foco em aplicações para segurança pública, resposta a emergências e serviços administrativos digitais.
A China Mobile planeja atingir 100 EFLOPS de capacidade computacional com uma aglomeração de 100 mil GPUs, fortalecendo a infraestrutura nacional. Também pretende disponibilizar “Modelos como Serviço” (MaaS) e formar 15 conjuntos de dados de alta qualidade voltados a setores estratégicos.
A companhia abrirá 100 cenários estratégicos de aplicação de IA em áreas como pesquisa, operações, marketing e gestão. A rede autônoma deve evoluir do nível L3 para L4, e o assistente virtual Lingxi deve ultrapassar 200 milhões de usuários, tornando-se a principal interface de serviços inteligentes da empresa.
Até 2028, a China Mobile prevê mais de 3.000 projetos “AI+DICT” em setores como indústria, governo e agricultura, além de expandir suas soluções para o mercado internacional.
Fonte: TMTPost
Adicionar Comentário