A Conferência do Mercado de Carbono da China 2025 ocorreu em 24 de setembro, em Xangai. O encontro apresentou o Relatório de Desenvolvimento do Mercado Nacional de Carbono 2025, que detalha os avanços do sistema de comércio de emissões do país após quatro anos de operação.
Desde 2024, o mercado nacional de carbono registrou crescimento consistente. Até setembro de 2025, o volume acumulado de transações chegou a 720 milhões de toneladas de cotas de carbono, totalizando mais de RMB 49 bilhões.
Expansão setorial e novas práticas industriais
Em março, o sistema ampliou sua cobertura para os setores de aço, cimento e alumínio, passando a controlar mais de 60% das emissões de dióxido de carbono do país.
Na cidade de Tangshan, província de Hebei, a Jidong Cement concluiu a transformação de ultra-baixa emissão em todos os processos de produção. A fábrica substitui carvão por pneus usados, resíduos têxteis e rejeitos industriais enviados a fornos de alta temperatura. Além disso, cinzas volantes e gesso dessulfurado entram como matérias-primas.
Segundo Guo Junyi, chefe de operações da divisão Tangshan, cada tonelada de combustível substituído reduz em 1,7 tonelada as emissões de CO₂. Com 150 mil toneladas de resíduos sólidos usados por ano, a planta corta cerca de 300 mil toneladas de CO₂, equivalente à emissão anual de 100 mil automóveis de passeio.
Diretrizes nacionais para fortalecimento do mercado
Em agosto, o Comitê Central do Partido Comunista da China e o Conselho de Estado publicaram o documento “Opiniões sobre a Promoção da Transição Verde e de Baixo Carbono e o Fortalecimento da Construção do Mercado Nacional de Carbono”. Trata-se da primeira diretriz oficial central dedicada ao tema, que define tarefas prioritárias e um roteiro para consolidar um mercado unificado de carbono.
Zhang Xin, economista-chefe do Centro Nacional de Estratégia de Mudanças Climáticas e Cooperação Internacional, afirmou que a conferência segue as orientações do documento e oferece às economias emergentes a experiência chinesa como referência para a adoção de mecanismos de mercado de carbono.
Reconhecimento internacional
A conferência reuniu representantes internacionais que destacaram o papel da China na transição energética global.
Kurt Vandenberghe, diretor-geral de Ação Climática da Comissão Europeia, ressaltou que o mercado chinês já cobre um sexto das emissões globais. Ele afirmou que a União Europeia acompanha de perto os resultados do comércio de emissões no país.
Stefano De Clara, secretário-geral da International Carbon Action Partnership (ICAP), declarou que a experiência chinesa reforça a confiança de outros países em adotar medidas próprias de redução de emissões.
O evento também contou com manifestações de interesse em cooperação. Carolina Grottera, diretora executiva adjunta do Ministério da Fazenda do Brasil, destacou o potencial de parceria em setores como hidrogênio, energia solar, eólica, veículos elétricos e baterias.
Fonte: cctv.com
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