A China criticou a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas elevadas sobre produtos brasileiros. Durante coletiva de imprensa, em 11 de julho, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou que medidas desse tipo ferem normas internacionais e podem ser interpretadas como tentativas de interferência política.
A reação de Pequim ocorre após o governo norte-americano anunciar que, a partir de 1º de agosto, aplicará tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. Segundo autoridades dos EUA, a medida responde a alegadas distorções no comércio bilateral e a episódios de “perseguição política” no Brasil.
Questionada sobre o tema, Mao Ning declarou que “a igualdade soberana e a não interferência nos assuntos internos são princípios importantes da Carta das Nações Unidas e normas fundamentais das relações internacionais”. Para ela, tarifas não devem ser usadas como instrumentos de coerção ou intimidação.
A medida anunciada por Washington pode gerar efeitos bilionários na economia brasileira. Em 2024, o Brasil exportou US$40,4 bilhões para os Estados Unidos, o que correspondeu a 12% do total das exportações do país. Produtos como petróleo e derivados lideram a pauta de vendas aos norte-americanos e, no ano anterior, representaram cerca de US$7,5 bilhões, o equivalente a 18% do total embarcado aos EUA.
Com a aplicação das novas tarifas, setores estratégicos da economia brasileira podem enfrentar perda de competitividade, além de incertezas nas relações comerciais entre os dois países. A manifestação da China reforça o desconforto de outras potências com o uso de barreiras tarifárias como instrumento de pressão externa.
Fonte: news.cn
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