A China criticou os Estados Unidos por reviver a teoria do “vazamento de laboratório” como explicação para a origem da COVID-19. Em declarações públicas nesta quarta-feira (23) representantes do governo chinês acusaram Washington de distorcer dados científicos e usar a pandemia como ferramenta política.
Na terça-feira, 22, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que a publicação da teoria no site da Casa Branca representa mais uma tentativa dos EUA de politizar o rastreamento da origem do vírus. Segundo ele, a China se opõe a essa abordagem e rejeita as acusações feitas.
A crítica se intensificou após a Casa Branca lançar um novo site que atribui a origem da COVID-19 a um suposto vazamento de laboratório na China. A publicação reacendeu a disputa entre os dois países sobre as responsabilidades pela pandemia.
Durante entrevista coletiva, o porta-voz Guo Jiakun declarou que a investigação sobre a origem do vírus exige base científica. Ele afirmou que a China participa das pesquisas globais com abertura e transparência e cobrou dos EUA o mesmo comportamento.
Guo pediu que Washington pare de usar o rastreamento como arma política, abandone a prática de culpar outros países e responda de forma clara às dúvidas sobre seu próprio papel na pandemia. “Pedimos aos Estados Unidos que cessem imediatamente suas acusações infundadas e campanha de difamação contra a China, responsáveis sejam por seu próprio problema e forneçam uma explicação confiável e responsável à comunidade internacional e às pessoas em todo o mundo”, disse o porta-voz.
O representante mencionou casos anteriores de doenças pulmonares ligadas a cigarros eletrônicos e atividades do Laboratório Biológico de Fort Detrick como pontos que também exigem esclarecimentos. Para ele, esses episódios indicam que os Estados Unidos devem explicações à comunidade internacional.
A Comissão Nacional de Saúde da China também condenou a publicação da Casa Branca. Em comunicado, o porta-voz da comissão afirmou que, como em outras ocasiões, os EUA apresentaram alegações sem base científica e com informações fabricadas. Ele destacou que novas evidências indicam a presença do vírus em território norte-americano antes dos registros na China e defendeu que a próxima etapa das investigações ocorra nos Estados Unidos.
A comissão reiterou o pedido para que os EUA suspendam as acusações e forneçam explicações consistentes à comunidade global.
Fonte: Xinhua