O comércio de serviços da China alcançou um novo marco em 2024, ultrapassando pela primeira vez US$ 1 trilhão, segundo dados do Ministério do Comércio. O valor total das importações e exportações do setor atingiu RMB 7,5 trilhões, um crescimento de 14,4% em relação ao ano anterior. As exportações de serviços avançaram 18,2%, enquanto as importações aumentaram 11,8%, consolidando a expansão do setor.
Fatores que impulsionaram o crescimento
De acordo com Li Jun, diretor do Instituto de Comércio de Serviços do Ministério do Comércio, o crescimento foi impulsionado pela digitalização, inteligência artificial e transição verde, que fortaleceram a competitividade internacional da China.
Além disso, a flexibilização da política de isenção de visto de trânsito aumentou o fluxo de turistas estrangeiros. Destinos como Cidade Proibida, Grande Muralha e Guerreiros de Terracota ganharam popularidade, e tendências como o Citywalk – passeios urbanos por ruas e vielas históricas – também contribuíram para o aumento do turismo. O fenômeno “China Travel” viralizou nas redes sociais globais, ampliando o interesse internacional pelo país.
Conteúdo digital e exportações culturais
A exportação de produtos culturais chineses apresentou um desempenho expressivo. O jogo “Black Myth: Wukong”, lançado em 2024, tornou-se um dos mais vendidos em plataformas como Steam e WeGame, recebendo prêmios internacionais. O setor audiovisual também registrou crescimento, com filmes e séries chinesas disponíveis em plataformas como Netflix, Disney+ e YouTube.
A literatura digital chinesa expandiu seu alcance global. Segundo o Relatório de Pesquisa sobre o Desenvolvimento da Literatura Online na China 2023, já existem mais de 620 mil obras originais publicadas no exterior, atingindo 230 milhões de leitores internacionais.
Plano para fortalecer o setor e ampliar a abertura econômica
Em agosto de 2024, o Gabinete do Conselho de Estado divulgou um plano estratégico para fortalecer o comércio de serviços da China, focado em três pilares principais.
Expansão da abertura comercial, prevê a implementação da lista negativa para o comércio transfronteiriço de serviços, restringindo apenas setores específicos. A redução progressiva das restrições regulatórias e maior integração às normas comerciais internacionais. Além da criação de zonas piloto de inovação e desenvolvimento do comércio de serviços.
No âmbito da inovação e digitalização, o plano inclui o estímulo à transformação digital de setores estratégicos como finanças, consultoria e certificação internacional. Além disso, haverá a integração entre comércio de serviços e indústria manufatureira, aumentando a competitividade. Por fim, o desenvolvimento do comércio de tecnologias verdes, promovendo soluções sustentáveis.
Por último, fortalecimento da cooperação internacional, o plano prevê a expansão de parcerias bilaterais, multilaterais e regionais, além da consolidação da Feira Internacional de Comércio de Serviços da China como principal plataforma de negócios. Haverá ainda a criação de parques de cooperação internacional, facilitando investimentos e trocas comerciais.
Fonte: news.cn
