A China iniciou 2024 com uma meta de crescimento de 5%. Nos primeiros nove meses, a China registrou um crescimento de 4,8% no Produto Interno Bruto (PIB), alinhado às projeções. No terceiro trimestre, o avanço foi de 4,6%, um desempenho similar ao do segundo trimestre. O ano de 2025 acaba de começar e o mercado aguarda os dados consolidados da economia chinesa para o ano que passou.
No terceiro trimestre de 2024, o resultado foi impulsionado principalmente pelo setor industrial, que cresceu 5,8%, impulsionado pela produção de produtos de alta tecnologia que teve alta de 9,1%, e o setor de veículos de nova energia, que cresceu 33,8%.
O setor de serviços apresentou recuperação robusta, com destaque para as áreas de tecnologia da informação e software, que avançaram 11,3%.
As exportações permanecem resilientes, com alta de 6,0% no terceiro trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023, impulsionadas pela crescente demanda externa. O comércio eletrônico também segue em expansão, liderado por novos modelos como o live commerce, que contribuíram para que as vendas online representassem 26% do varejo total.
Já o consumo interno ganhou tração, passando de um crescimento de 2,6% no segundo trimestre para 2,7% no terceiro. Um aspecto importante foram as políticas de estímulo ao consumo interno implementadas pelo governo chinês, como a concessão de subsídios para consumidores para a troca de aparelhos eletrônicos, bicicletas elétricas, entre outros.
Os incentivos de renovação da frota automotiva tem avançado com impactos positivos já perceptíveis no mercado. Em novembro, as vendas de veículos de passageiros no mercado interno somaram 2,423 milhões de unidades, representando um aumento de 16,5% em comparação ao mesmo período de 2023. A taxa de crescimento acelerou 5,2 pontos percentuais em relação ao mês de outubro.
Desafios para a economia
No entanto, a economia chinesa continua enfrentando desafios, como crescimento modesto do mercado interno, produção industrial contraída e baixa utilização da capacidade instalada, fatores que têm limitado a recuperação econômica.
O setor imobiliário enfrenta dificuldades, com uma desaceleração no crescimento do investimento devido ao elevado estoque de propriedades. A inflação manteve-se controlada, com alta de 0,4% no terceiro trimestre de 2024 em relação ao ano anterior.
Diante desses obstáculos, o governo chinês anunciou no final de setembro um pacote de estímulos fiscais e financeiros para apoiar o consumo, o investimento, o setor imobiliário e os mercados de capitais. A expectativa é que as políticas tenham impacto positivo ao longo de 2025, estabilizando os preços do setor imobiliário e promovendo uma recuperação mais sólida.
Por: Daniel Lau
Diretor Comercial do IEST Group