A 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (UNGA), realizada em 7 de junho, adotou por unanimidade uma resolução proposta pela China para estabelecer um Dia Internacional do Diálogo entre Civilizações.
A resolução, que designa 10 de junho como Dia Internacional do Diálogo entre Civilizações, pede por “diálogo igualitário e respeito mútuo” entre diferentes civilizações, refletindo a essência central da Iniciativa de Civilização Global (GCI).
Aproveitando a importância do diálogo civilizacional
Fu Cong, representante permanente da China nas Nações Unidas, apresentou o projeto de resolução na sessão plenária da UNGA, afirmando que a proposta da China visa aproveitar a importância do diálogo civilizacional para “eliminar discriminação e preconceito, melhorar a compreensão e a confiança, promover a conectividade entre pessoas e fortalecer a solidariedade e a cooperação”.
Isso demonstra “o firme apoio da China ao multilateralismo” e ao trabalho das Nações Unidas, destacando a responsabilidade da China como um grande país em um século de mudanças sem precedentes, disse o enviado.
Em uma entrevista ao canal de televisão chinês, CGTN, Fu explicou ainda que “se você olhar ao redor do mundo, verá muitas disputas, muitos conflitos ou até mesmo guerras. E também há um aumento da intolerância, do extremismo e do populismo. Tudo isso pode encontrar suas raízes nas diferenças ou na falta de entendimento entre culturas e religiões.”
Enfatizando que a China defende o diálogo entre civilizações, Fu observou que “em nossa visão, o ângulo da civilização é muito potente para promover o entendimento mútuo. A China não é a primeira a propor isso. Mas, novamente, neste momento crítico, acreditamos que é importante que o mundo se concentre ou reconcentre sua atenção neste tema crucial.”
Guiando o mundo rumo à paz
Em uma entrevista coletiva após a adoção da resolução, Fu ressaltou que o amplo apoio à criação do Dia Internacional do Diálogo entre Civilizações demonstra plenamente que a Iniciativa de Civilização Global está alinhada com a tendência e as necessidades dos tempos.
A iniciativa foi apresentada pelo presidente chinês Xi Jinping na Reunião de Alto Nível do Partido Comunista da China em Diálogo com os Partidos Políticos do Mundo, em março de 2023.
Xi destacou em seu discurso que a iniciativa defende o respeito pela diversidade das civilizações, os valores comuns da humanidade, a importância da herança e da inovação das civilizações, bem como robustas trocas e cooperações internacionais entre pessoas.
Em contraste com as alegações ocidentais de “superioridade de certas civilizações e choque de civilizações”, a China tem defendido a manutenção dos princípios de igualdade, aprendizado mútuo, diálogo e inclusão entre civilizações.
Observando que a modernidade carrega tensões inerentes, Ni Feng, diretor do Instituto de Estudos Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse em um comentário para a CGTN que, à medida que as nações se desenvolvem economicamente, politicamente e socialmente, elas inevitavelmente buscam desenvolver suas culturas e as poderosas forças internas das diferentes civilizações se esforçam para “romper com a narrativa binária singular e exclusiva que centra na superioridade ocidental”.
“A modernidade hoje não é apenas pluralista, mas também diversificada. Essa multiplicidade faz com que seja uma necessidade comum para o progresso da civilização transcender as barreiras culturais dominadas pelo Ocidente e engajar-se em trocas civilizacionais iguais e mutuamente respeitosas”, disse Ning, acrescentando que fortalecer o diálogo em uma base igualitária melhora o entendimento e a tolerância mútuos, guiando assim o mundo rumo à paz.
Práticas da China na GCI
A Iniciativa de Civilização Global foi incluída em declarações conjuntas, comunicados à imprensa ou declarações entre a China e países como Rússia, Sérvia, Hungria, Zâmbia e Maldivas, assim como em mecanismos regionais como a Cooperação Lancang-Mekong.
Ao se comprometer com a iniciativa, que sublinha a resolução de diferenças e disputas através de diálogos com respeito e compreensão mútuos, a China tem chamado por esforços conjuntos para manter a paz e a estabilidade mundial.
Em março do ano passado, o diálogo entre a Arábia Saudita e o Irã em Pequim foi um caso de sucesso da prática da Iniciativa de Civilização Global, levando à retomada das relações diplomáticas entre os dois países.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Diário do Povo
Imagem principal: Wang Ying/ Xinhua