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IA Generativa na China: a corrida para se tornar líder na criação de conteúdos digitais

Conteúdos digitais
Fonte da imagem: Aozora/ Adobe Stock

A inteligência artificial generativa (IA) é uma tecnologia que permite criar conteúdos digitais ou dados sintéticos a partir de modelos estatísticos ou algoritmos. Essa tecnologia tem aplicações em diversos setores, como entretenimento, educação, marketing, jornalismo, arte e cultura. A China já é um dos países que mais investe e se destaca na IA generativa, tanto no setor público quanto no privado.

Segundo a Consultoria Daxue Consulting, a IA generativa na China terá um crescimento anual estimado em 27,32% entre 2023 e 2030. Em 2023, a China demonstrou um grande interesse e investimento nessa tecnologia, incentivando o uso inovador dela em diversos setores, e apoiando o desenvolvimento de chips, software, ferramentas e fontes de dados seguros e confiáveis.

Além disso, a China foi um dos primeiros países do mundo a regular a IA generativa, publicando novas regras para gerenciar a indústria em expansão que vem conquistando o mundo. Essas regras visam garantir a qualidade, a autenticidade, a segurança e a ética dos conteúdos gerados pela IA.

Criação de conteúdo digital com a IA generativa na China

Ao longo do ano de 2023, o país usou a IA generativa para criar conteúdos digitais, como textos, imagens, vídeos e áudios, para diversos fins. O sistema de buscas Baidu (similar ao Google), que está profundamente envolvido no campo da inteligência artificial há décadas, desenvolveu o Wenxin, um modelo de IA generativa pré-treinado em larga escala, que pode compreender e gerar textos em linguagem natural, com base em uma profunda compreensão semântica e uma geração multimodal e multilíngue. Além disso, o Baidu está trabalhando em um novo projeto de chatbot de IA generativa, chamado “Ernie Bot”, que segue o estilo do ChatGPT, um modelo de conversação baseado no GPT-3. O “Ernie Bot” está previsto para completar os testes internos em março de 2024, e promete ser mais interativo, personalizado e divertido do que o chatbot atual.

Em setembro, a Tencent Holdings apresentou o seu produto de IA de grande linguagem, o “Hunyuan”, que era muito esperado no mercado. O lançamento do “Hunyuan” foi parte da competição entre as empresas de tecnologia na China para se tornarem líderes em IA. A Tencent afirmou que o Hunyuan possuía mais de 100 bilhões de parâmetros e tinha sido treinado com mais de 2 trilhões de tokens, dois indicadores comuns para avaliar a capacidade dos modelos de IA. O Hunyuan pode gerar textos de alta qualidade para vários cenários, como resumos, traduções, diálogos e poesias.

A Xiaomi, por sua vez, iniciou o processo de integração da IA generativa nos seus produtos, já que o CEO confirmou em agosto de 2023, que seu assistente digital de dispositivo doméstico inteligente, Xiao Ai, está passando por atualizações para incluir recursos generativos de IA. Essa melhoria permitirá que Xiao Ai forneça respostas mais informativas, facilite a tradução de idiomas em tempo real e até mesmo se envolvem em tarefas criativas, como compor poemas, peças musicais e e-mails.

A concorrência global pela IA generativa

Gigantes da tecnologia, como a Apple e a Samsung, também anunciaram planos para incorporar IA generativa nos seus iPhones e smartphones em 2024. Esses planos visam oferecer aos usuários uma experiência mais personalizada, criativa e inteligente com os seus dispositivos. No entanto, os fabricantes chineses de smartphones estão acelerando a integração da IA generativa nos seus produtos. A Huawei, Oppo e Vivo são algumas das empresas que anunciaram planos para incorporar essa inovação nos seus produtos, como smartphones, notebooks e veículos inteligentes.

Créditos: China2Brazil
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