Em um movimento ágil e estratégico, diversas instituições financeiras globais têm intensificado seus investimentos na China, capitalizando as perspectivas econômicas positivas do país e seu processo contínuo de abertura, mesmo em meio a uma desaceleração econômica global. O Standard Chartered Bank (Hong Kong) Ltd. obteve aprovação para estabelecer uma firma de valores mobiliários no território chinês no início deste ano, marcando a primeira aprovação de uma empresa de valores mobiliários totalmente estrangeira desde que a China removeu os limites de propriedade estrangeira no setor em 2020.
Com um aporte de capital inicial de 1,05 bilhão de yuans (US$ 147,36 milhões), essa nova empresa se tornou um marco significativo. “Estamos otimistas em relação às perspectivas de desenvolvimento de médio e longo prazo da China e ansiamos pelas amplas oportunidades proporcionadas pela contínua abertura do país”, declarou Zhang Xiaolei, vice-presidente executivo e CEO do Standard Chartered Bank (China) Ltd.
Esse movimento não está isolado, pois a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China deu luz verde para a criação de sete empresas controladas por estrangeiros ou totalmente estrangeiras nos setores de valores mobiliários, futuros e fundos neste ano, elevando o total desde 2020 para 20.
No setor bancário, a joint venture chinesa da Mastercard também obteve permissão para realizar operações de compensação de cartões bancários, tornando-se a segunda instituição estrangeira a entrar nesse mercado desde 2020. Michael Miebach, CEO da Mastercard, destacou a importância da China como “um de nossos mercados mais importantes”, expressando otimismo sobre o impacto positivo da participação mais profunda da Mastercard no mercado chinês para o país, seus consumidores e seus negócios.
Dados oficiais revelam que, nos três primeiros trimestres deste ano, o aumento de capital ou expansão dos bancos com financiamento estrangeiro na China totalizou 1,96 bilhão de yuans. Paralelamente, dois bancos abriram novas filiais e seis inauguraram novos pontos de atendimento.
A China tem implementado esforços significativos para promover uma abertura financeira de alto nível nos últimos anos, introduzindo mais de 50 medidas específicas. Isso inclui permitir que investidores globais ingressem no mercado de capitais chinês por meio de canais expandidos e eliminar limites de propriedade para instituições estrangeiras nos setores de valores mobiliários, futuros e fundos. Essas medidas concretas de abertura têm atraído diversas instituições financeiras globais, que expandem suas operações na China.
Zhang, do Standard Chartered, destaca a China como o “mercado estratégico mais importante” para o banco, ressaltando que “o mercado chinês tem sido o maior contribuinte para a receita global da rede do Standard Chartered há muitos anos, comprovando a eficácia de nossa estratégia na China”. No primeiro trimestre de 2023, o lucro antes de impostos do Standard Chartered na China triplicou em comparação com o ano anterior, alcançando 1 bilhão de dólares americanos.
Este banco multinacional baseado no Reino Unido se comprometeu a investir 300 milhões de dólares americanos em seus negócios relacionados à China de 2022 a 2024, incluindo digitalização, internacionalização do renminbi e gestão de patrimônio. Em outra demonstração de confiança no mercado chinês, o HSBC planeja injetar mais de 3 bilhões de yuan em suas operações na China até 2025.
O HSBC, que registrou mais de 6 bilhões de yuans em lucros líquidos na China no ano passado, um aumento de 54% em relação a 2021, recentemente concordou em adquirir a carteira de gestão de patrimônio no varejo do Citigroup no continente chinês. Wang Yunfeng, presidente e CEO do HSBC Bank (China) Company Ltd., destacou que o acordo reflete o compromisso sólido do HSBC com o mercado chinês.
Quanto ao Bank of East Asia (China) Ltd., seus negócios na vibrante Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau da China tornaram-se um impulsionador importante do crescimento. Ho Shun-wah, diretor executivo e CEO da BEA China, expressou forte confiança nos mercados chineses, afirmando que o banco aumentará novos empréstimos na China no próximo ano para melhor atender à economia real.
Analistas interpretam esse movimento robusto das instituições financeiras estrangeiras na China como uma confirmação essencial do otimismo generalizado em relação às perspectivas econômicas do país. Com o desempenho sólido da China no terceiro trimestre, superando as expectativas do mercado, várias instituições internacionais revisaram para cima suas previsões de crescimento do PIB chinês para 2023. O FMI, por exemplo, prevê um crescimento de 5,4%, destacando a recuperação robusta da economia chinesa pós-COVID.
O UBS (Union de Banques Suisses) também ajustou para cima sua previsão de crescimento do PIB chinês para 2023, passando de 4,8% para 5,2%. Outros grandes players financeiros, como Deutsche Bank, Nomura e J.P. Morgan, seguiram o mesmo caminho, elevando suas projeções para o crescimento do PIB chinês ao longo do ano.
Na última semana, uma reunião da Comissão Financeira Central da China enfatizou o compromisso contínuo com a abertura do setor financeiro, sinalizando um ambiente propício para investimento transfronteiriço e atraindo mais investidores estrangeiros e capital de longo prazo. O comprometimento chinês com a abertura financeira parece inabalável, com Li Yunze, chefe da Administração Nacional de Regulação Financeira, afirmando o compromisso contínuo de expandir o acesso ao mercado para instituições estrangeiras e criar um ambiente institucional transparente, estável e previsível, promovendo uma operação prudente e competição justa.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Xinhua