Cientistas chineses estão na vanguarda da revolução da computação quântica com a apresentação do protótipo “Jiuzhang 3.0”, um marco tecnológico que redefine os limites da computação. Sob a liderança do ilustre físico quântico chinês, Pan Jianwei, a equipe de pesquisa alcançou um feito notável, atingindo uma velocidade de computação 10 quatrilhões de vezes mais rápida na resolução de problemas de amostragem de bósons gaussianos (GBS) em comparação com os supercomputadores mais avançados do mundo.
A amostragem de bósons gaussianos, uma tarefa que desafia os computadores convencionais, foi escolhida como o teste definitivo para demonstrar a aceleração impressionante da computação quântica em resolução de tarefas complexas.
Os detalhes dessa realização extraordinária foram publicados on-line na renomada revista Physical Review Letters na quarta-feira. Lu Chaoyang, um membro essencial da equipe de pesquisa e professor da Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC), explicou que uma série de inovações notáveis, incluindo um inovador esquema de detecção de fótons com nanofios supercondutores e uma configuração de loop de fibra, possibilitou o aumento do número de fótons detectados no “Jiuzhang 3.0” para 255. Isso representou uma melhoria significativa na complexidade da computação quântica baseada em fótons.
Como confirmado por um algoritmo de simulação clássica de ponta, o “Jiuzhang 3.0” é um milhão de vezes mais veloz na resolução de problemas de GBS em comparação com seu predecessor, o “Jiuzhang 2.0”. A verdadeira proeza aqui é que as amostras mais intrincadas de GBS que o “Jiuzhang 3.0” pode calcular em um único microssegundo representariam uma tarefa que levaria mais de 20 bilhões de anos para ser completada pelo supercomputador mais rápido do mundo, o “Frontier”.
A computação quântica, um paradigma revolucionário na computação, brilha com a capacidade de realizar cálculos paralelos de tirar o fôlego. Sua promessa de aceleração exponencial por meio de algoritmos quânticos específicos a coloca muito à frente dos computadores clássicos na resolução de problemas de imenso valor social e econômico.
Esse avanço monumental na tecnologia da computação quântica enfrenta um dos maiores desafios no cenário científico e tecnológico global. Em 2020, a equipe de pesquisa da USTC liderada por Pan alcançou um marco inédito com o protótipo “Jiuzhang”, que detectava até 76 fótons, marcando o caminho para a computação quântica em larga escala, também conhecida como “supremacia quântica”.
Em 2021, a equipe avançou ainda mais com o “Jiuzhang 2.0”, que detectava 113 fótons, e apresentou o sistema de computação quântica supercondutora programável de 66 qubits chamado “Zuchongzhi 2.1”.
A China solidificou sua posição única como o único país a alcançar a supremacia quântica em duas vertentes técnicas líderes, através da tecnologia de computação quântica baseada em fótons e da tecnologia de computação quântica supercondutora.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Xinhua
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